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Obama destaca que EUA têm "obrigação moral" de liderar desarmamento nuclear

31/03/2016 15h32

Washington, 31 mar (EFE).- O presidente dos EUA, Barack Obama, destacou que seu país tem a "obrigação moral" de seguir liderando o caminho rumo à eliminação das armas nucleares no mundo todo, algo que "não ocorrerá rapidamente" e que "talvez" ele não chegue a ver, segundo admitiu em artigo publicado nesta quinta-feira.

"Acredito que não devemos nos resignar ao fatalismo de que a propagação de armas nucleares é inevitável", sustentou Obama no artigo, publicado no jornal "The Washington Post" por ocasião da quarta Cúpula de Segurança Nuclear, que começa hoje em Washington com a participação de líderes de mais de 50 países e a notável ausência da Rússia.

Alcançar "a segurança e paz de um mundo sem armas nucleares" é algo que "não ocorrerá rapidamente, talvez não durante minha vida. Mas começamos" a avançar rumo a esse objetivo, ressaltou o presidente.

Segundo Obama, os Estados Unidos, como "a única nação" que usou armas nucleares em combate, durante os bombardeios sobre Hiroshima e Nagasaki da Segunda Guerra Mundial, "tem a obrigação moral de seguir liderando o caminho na eliminação" desse tipo de arsenais.

No artigo, Obama anotou que a cúpula que começa hoje em Washington tem como principal objetivo "impedir que os terroristas obtenham e utilizem armas nucleares", como já tinha antecipado a Casa Branca.

Os avanços do Estado Islâmico (EI) além do Iraque e Síria e os ataques terroristas da semana passada em Bruxelas elevaram o interesse da Casa Branca por abordar na cúpula o risco de que esse ou outros grupos terroristas tenham acesso a materiais nucleares que vários países abrigam para seu uso civil ou militar.

Esta cúpula internacional é realizada a cada dois anos desde 2010 por iniciativa de Obama, que prometeu ao início de seu mandato transformar a não-proliferação nuclear em uma prioridade.

Desde então, foram feitos "progressos importantes", a julgamento do governante, como a assinatura de um novo tratado Start de desarmamento entre EUA e Rússia para que o número de ogivas nucleares que possuem esteja em 2018 em seus níveis mais baixos desde a década de 1950.

EUA e Rússia, que possuem em conjunto mais de 90% das armas nucleares do mundo, "deveriam negociar para reduzir ainda mais nossas reservas", afirmou Obama no artigo.

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, explicou nesta quarta-feira que a Rússia decidiu não comparecer à cúpula de Washington porque sentiu que houve "falta de cooperação na hora de elaborar a agenda" do encontro.