Serra afirma que impeachment não resolve crise e defende parlamentarismo
Lisboa, 31 mar (EFE).- O senador José Serra advertiu nesta quinta-feira que o impeachment da presidente Dilma Rousseff "não resolve" por si só a crise política no país e comentou que a situação política no golpe militar de 1964 era "menos complexa que agora".
Em sua participação em um seminário jurídico em Lisboa, Serra defendeu mudanças profundas no sistema político brasileiro e a substituição do atual regime presidencialista pelo parlamentarismo.
"Se houvesse uma mudança de governo, haveria um clima econômico a curto prazo mais favorável, mas a política seguiria difícil", alertou o senador PSDB.
Serra, que já foi ministro, governador, prefeito e duas vezes candidato presidencial, considerou que a saída de Dilma seria "imediatamente um fator favorável" para a economia do país, e previu uma queda dos juros sobre a dívida soberana do país.
"O prioritário é restabelecer a confiança e definir que setores devem ser privilegiados na hora de investir, como as infraestruturas, a energia ou as exportações, que são as áreas que devem impulsionar a economia", argumentou.
Serra se mostrou convencido de que a presidente "não se manterá" no poder por muito mais tempo e considerou que o impeachment "não resolve a crise, mas é um ponto" que ajudaria a solucionar os problemas de fundo.
Em sua fala, o senador considerou que "grande parte do que está ocorrendo no Brasil se deve ao sistema político" vigente, e defendeu alterações que permitam "mudar de governo sem necessidade de derrubá-lo, sem impeachment".
"Eu vivi o golpe militar de 1964 no Brasil e o de 1973 no Chile, mas posso dizer que a situação que se vivia então era menos complexa que agora", comentou.
Apesar de reconhecer os avanços conseguidos desde a entrada em vigor da atual Constituição, em 1988, principalmente para reduzir a pobreza, melhorar a saúde e diminuir as lacunas sociais, Serra lamentou que a Carta Magna não se limite "a fixar as regras do jogo, mas também a influenciar no resultado".
O senador também lembrou o período de quase 15 anos de "superinflação" vivido pelo país e acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de provocar a perda de competitividade do Brasil com o contínuo retrocesso da indústria nacional.
"O crescimento econômico nestes quase 30 anos foi medíocre", destacou Serra, para quem Lula aplicou um programa econômico "radical" baseado em fomentar o consumo acima de tudo.
O senador participou hoje do Quarto Seminário de Direito Luso-Brasileiro, intitulado "Constituição e crise" e que gerou polêmica no Brasil pela presença de líderes opositores ao governo. EFE
otp/rsd
Em sua participação em um seminário jurídico em Lisboa, Serra defendeu mudanças profundas no sistema político brasileiro e a substituição do atual regime presidencialista pelo parlamentarismo.
"Se houvesse uma mudança de governo, haveria um clima econômico a curto prazo mais favorável, mas a política seguiria difícil", alertou o senador PSDB.
Serra, que já foi ministro, governador, prefeito e duas vezes candidato presidencial, considerou que a saída de Dilma seria "imediatamente um fator favorável" para a economia do país, e previu uma queda dos juros sobre a dívida soberana do país.
"O prioritário é restabelecer a confiança e definir que setores devem ser privilegiados na hora de investir, como as infraestruturas, a energia ou as exportações, que são as áreas que devem impulsionar a economia", argumentou.
Serra se mostrou convencido de que a presidente "não se manterá" no poder por muito mais tempo e considerou que o impeachment "não resolve a crise, mas é um ponto" que ajudaria a solucionar os problemas de fundo.
Em sua fala, o senador considerou que "grande parte do que está ocorrendo no Brasil se deve ao sistema político" vigente, e defendeu alterações que permitam "mudar de governo sem necessidade de derrubá-lo, sem impeachment".
"Eu vivi o golpe militar de 1964 no Brasil e o de 1973 no Chile, mas posso dizer que a situação que se vivia então era menos complexa que agora", comentou.
Apesar de reconhecer os avanços conseguidos desde a entrada em vigor da atual Constituição, em 1988, principalmente para reduzir a pobreza, melhorar a saúde e diminuir as lacunas sociais, Serra lamentou que a Carta Magna não se limite "a fixar as regras do jogo, mas também a influenciar no resultado".
O senador também lembrou o período de quase 15 anos de "superinflação" vivido pelo país e acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de provocar a perda de competitividade do Brasil com o contínuo retrocesso da indústria nacional.
"O crescimento econômico nestes quase 30 anos foi medíocre", destacou Serra, para quem Lula aplicou um programa econômico "radical" baseado em fomentar o consumo acima de tudo.
O senador participou hoje do Quarto Seminário de Direito Luso-Brasileiro, intitulado "Constituição e crise" e que gerou polêmica no Brasil pela presença de líderes opositores ao governo. EFE
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