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Aloysio Nunes abordará negociação Mercosul-UE em visita ao Paraguai

24/03/2017 12h22

Brasília, 24 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, abordará as negociações do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) na visita oficial que fará ao Paraguai na segunda e na terça-feira da próxima semana, informou nesta sexta-feira o Itamaraty.

"Este é o momento de trocar ideias dentro do Mercosul sobre as negociações com a União Europeia e sobre outras negociações que possam diversificar o menu dos acordos comerciais do bloco com outras regiões", afirmou a diretora do Departamento para América do Sul Meridional da chancelaria, Eugenia Barthelmess, em entrevista coletiva.

Em sua primeira visita ao Paraguai desde que assumiu como chanceler neste mês, Nunes viajará para Assunção na segunda-feira para uma reunião com seu homólogo paraguaio e com outras autoridades do país vizinho.

De acordo com Barthelmess, as negociações do Mercosul com a UE não podem ficar de fora das conversas devido ao interesse dos países do bloco de acelerar este processo.

"Com certeza a negociação com a União Europeia é importante e merece todo investimento em termos de esforço negociador", afirmou.

O Mercosul, integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e do qual a Venezuela está suspensa temporariamente, espera concluir ainda em 2017 as negociações para o acordo com a UE, que se prolongaram por vários anos.

Os negociadores de ambos bloco voltaram a reunir-se esta semana em Buenos Aires e, segundo a chanceler argentina, Susana Malcorra, as conversas para chegar a um acordo "estão avançando bem".

Barthelmess acrescentou que, além destas negociações, Brasil e Paraguai conversarão sobre outros países e blocos que o Mercosul vê como potenciais parceiros comerciais.

"De fato existe, como em tantas outras áreas, uma afinidade de visões, uma coincidência de sensibilidades, entre Brasil e Paraguai, assim como dentro do Mercosul, que é o momento de dar mais valor às negociações externas do bloco. Existe a percepção que o momento é bom para agilizar as negociações externas", destacou.

A diplomata afirmou ainda que a visita do chanceler servirá para aproximar-se ainda mais de um país que o Brasil considera como "importante parceiro econômico e político".

Barthelmess ressaltou que o Paraguai é um dos países que mais cresceu na região nos últimos anos e que, além de ser o principal parceiro comercial, o Brasil é o segundo maior investidor no Paraguai depois dos Estados Unidos.

Nesse sentido, acrescentou que o Paraguai alcançou no ano passado um volume recorde de exportações para o Brasil, o que contribuiu para equilibrar um pouco a balança comercial, que historicamente foi superavitária para os brasileiros.

"Dada essa aproximação, esse dinamização da relação econômica e comercial, os dois países estão trabalhando em ambos lados na criação de infraestrutura física de interconexão", declarou, ao indicar que os investimentos em obras de integração também serão abordados por Nunes em sua visita a Assunção.

Segundo a diplomata, existe uma alta perspectiva para um avanço na construção da segunda ponte para unir as cidades de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, um acordo que, segundo admitiu, demorou muitos anos a amadurecer, mas que já foi aprovado pelos respectivos Congressos e cujas obras já foram licitadas.

"A ponte foi licitado em R$ 230 milhões pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e será financiado pelo Brasil. O Paraguai está empenhado na construção dos acesso do lado paraguaio a esta nova ponte, que é um pouco mais ambiciosa e custosa que a anterior", disse.

"São investimentos que os dois países consideram que vale a pena. O investimento é necessário", completou, em referência a uma ponte que se destinará exclusivamente ao transporte de carga, especialmente para os produtos agrícolas paraguaios destinados à exportação e que saem pelos portos brasileiros.

"Outra ponte no horizonte", antecipou, é a que unirá à cidade brasileira de Porto Murtinho com a paraguaia de Carmelo Peralta, fruto de um acordo que já foi concluído e que está sob análise do Congresso brasileiro.