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Mistério e especulação marcam sepultamento de ex-ditador do Panamá

30/05/2017 20h00

Cidade do Panamá, 30 mai (EFE).- Mistério e especulação marcaram nesta terça-feira as informações sobre o sepultamento do ex-ditador do Panamá Manuel Antonio Noriega, que morreu na noite de ontem, aos 83 anos, em um hospital público da capital do país.

A imprensa local afirma que os restos mortais de Noriega foram levados na tarde de hoje ao Hospital de Santo Tomás até um crematório na capital, mas nenhuma fonte oficial ou da família confirmou a informação.

Fontes indicaram que o corpo do ex-general foi retirado do hospital por um túnel para despistar o grande número de jornalistas que estava na frente do local.

A Agência Efe pôde constatar a presença de policias na sede da Sercresa, empresa dedicada à cremação, para onde os restos mortais de Noriega teriam sido levados em uma caminhonete que percorreu a cidade sem nenhum tipo de escolta.

Nenhum dos telefones da empresa atendeu as ligações da Efe.

O vice-ministro de Saúde do Panamá, Eric Ulloa, afirmou mais cedo que os familiares do ex-ditador estavam autorizados a retirar o corpo de Noriega do hospital.

"Demos a ordem para que o hospital entregue o corpo aos familiares. O magistrado da Corte Suprema de Justiça, José Ayú Prado, nos disse que era um caso que o corpo poderia ser liberado", disse Prado aos jornalistas.

Noriega, o último ditador do Panamá, morreu na noite de ontem no Hospital Santo Tomás, onde estava internado há mais de dois meses na unidade de tratamento intensivo após ter sido submetido a duas cirurgias para a retirada de um tumor cerebral.

O ex-ditador, que governou o país com punho de ferro entre 1983 e 1989, sendo derrubado após uma invasão de tropas norte-americanas, foi extraditado para o Panamá em dezembro de 2011, após cumprir mais de 20 anos de prisão nos Estados Unidos e França por narcotráfico e lavagem de dinheiro.

No Panamá, Noriega tinha sido condenado a mais de 60 anos de prisão pelo desaparecimento e homicídio do guerrilheiro esquerdista Hugo Spadafora, pela morte do opositor Moisés Giroldi e pelo chamado Massacre de Albrook, em 1989, quando nove militares morreram ao tentar um golpe de estado no país.