Hamas aceita devolver poder em Gaza à Autoridade Nacional Palestina
O movimento islamita Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde que expulsou as forças leais à Autoridade Nacional Palestina (ANP) em 2007, anunciou neste domingo (17) que dissolverá o Comitê Administrativo para administrar o enclave e que aceita realizar eleições gerais.
O grupo anuncia a dissolução do comitê administrativo criado em março de 2016 para administrar o território, tal como exigia o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e "convida ao governo de consenso liderado pelo premiê Rami Hamdala a ir à Faixa para realizar sua missão e cumprir seu dever de imediato", assegurou em um comunicado enviado nesta madrugada à imprensa.
O terceiro ponto do comunicado anuncia que o movimento islamita "concorda em realizar eleições gerais", que não são realizadas nos territórios palestinos desde 2006 devido à incapacidade de Fatah e Hamas de entrarem em acordo para fazê-las simultaneamente em Cisjordânia e Gaza.
O grupo acrescenta também que "está disposto a aceitar a oferta egípcia para um diálogo com o partido Fatah para a implementação do Acordo do Cairo", assinado em 2011 e que estabelece pautas para a reconciliação.
Esse pacto, ao qual aderiram as 11 facções palestinas e que não chegou a ser posto em prática, devolvia o poder de gestão administrativa do território à ANP, mas mantinha parte do poder do Hamas no aparelho de segurança e policial.
Entre novas medidas, estabelecia-se um controle misto dos postos fronteiriços e a absorção dos agentes de segurança do Hamas na nova polícia que seria formada.
A decisão anunciada pelo Hamas põe os palestinos no caminho da reconciliação.
Até agora, o movimento tinha rejeitado dissolver o comitê administrativo, como era exigido pelo presidente Abbas, até que este colocasse fim às medidas destinadas a sufocar a faixa até que o Hamas devolvesse o poder, que fizeram aumentar a crise de energia e econômica no território nos últimos meses.
A decisão de hoje segue o acordo de reconciliação entre as famílias dos cerca de 400 homens que morreram nos confrontos armados entre ambos os grupos, em junho de 2007.
O comunicado assegura que este anúncio é "uma resposta aos esforços egípcios para se conseguir a reconciliação e fim da divisão palestina".
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