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Rajoy defende sua obrigação de atuar perante "situação limite" na Catalunha

20/10/2017 10h52

Bruxelas, 20 out (EFE).- O presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy, assegurou nesta sexta-feira que na Catalunha "chegamos a uma situação limite", o que obriga seu Executivo a agir.

Em coletiva de imprensa durante o Conselho Europeu em Bruxelas, Rajoy não confirmou que tenha chegado a um acordo com o PSOE para a aplicação do artigo 155 da Constituição com o objetivo de convocar eleições na Catalunha, tal como apontou a secretária de Igualdade do partido socialista, Carmen Calvo.

"Todas as medidas que adotarmos serão anunciadas amanhã", disse Rajoy um dia antes da reunião do Conselho de Ministros para ativar a aplicação do artigo 155 na Catalunha.

Rajoy deixou claro sua rejeição à atuação da Generalitat, o sistema institucional em que se organiza politicamente o autogoverno da Catalunha.

"Não defendo as posições do governo catalão, mas acredito que as defenderam realmente mal. Não se pode dar mais facilidades que as que lhes foram dadas", declarou Rajoy, após reiterar que simplesmente se exigiu à Generalitat que dissesse que não tinha declarado a independência.

No entanto, segundo o presidente do governo espanhol, a Generalitat adotou um "sem-fim" de decisões contra o estatuto e a Constituição espanhola.

"Isso, logicamente nos obriga a agir", enfatizou o chefe do Executivo espanhol, ressaltando que a utilização do artigo 155 é uma medida que o governo tomará "em ultima instância" perante uma situação na qual "se liquida o Estado de Direito".

O objetivo fundamental da aplicação do 155 é "voltar ao cumprimento da legalidade, ao marco constitucional e a normalidade institucional", segundo Rajoy, que lembrou que há apenas três dias o Tribunal Constitucional voltou a declarar a lei do referendo contrária à Constituição.

Rajoy advertiu também que a atual situação de instabilidade na Catalunha pode afetar gravemente o crescimento econômico e a criação de emprego por culpa das decisões "irresponsáveis" de políticos "que foram incapazes de estar à altura das circunstâncias".