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Príncipe herdeiro afirma que Arábia Saudita voltará ao islã moderado e aberto

24/10/2017 13h39

Riad, 24 out (EFE).- O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, afirmou nesta terça-feira que seu país começou um processo para voltar para um "islã moderado e aberto ao mundo e às religiões".

Em uma alocução no marco de uma conferência econômica na qual cerca de 2.500 investidores - entre eles estrangeiros - estão reunidos hoje em Riad, o príncipe prometeu também acabar com o extremismo e mostrou seu desejo de conviver com o mundo.

"Não vamos perder outros 30 anos lidando com ideias extremistas. Queremos conviver com o mundo e acabar com o extremismo".

O jovem príncipe, de 32 anos, fez alusão ao assalto que grupos extremistas cometeram na Grande Mesquita de Meca, em 1979, já que desde essa data a Arábia Saudita abandonou o islã "moderado" pelo aumento de correntes religiosas.

Além disso, Salman falou do lançamento do megaprojeto para a construção de uma cidade junto às fronteiras com o Egito e a Jordânia, batizado como NEOM, que contará com um financiamento de US$ 500 bilhões.

"Vamos construir algo maior que a Grande Muralha da China, mas com painéis solares. Haverá mais robôs do que pessoas", afirmou.

O NEOM se estenderá por uma área de 26.500 quilômetros quadrados, junto ao mar Vermelho e ao golfo de Áqaba e será o ponto de onde partirá a futura ponte Rei Salman, que unirá a Arábia Saudita à península egípcia do Sinai.

A Arábia Saudita "se interessa em investir nos talentos mundiais e na economia mundial, por igual", indicou o príncipe, que acrescentou que o reino "está avançando com confiança em um enorme programa, que tem como objetivo o desenvolvimento e a mudança".

"Não há limites para as nossas ambições", acrescentou o príncipe, que insistiu que esta conferência realizada hoje no reino ultraconservador é "uma plataforma internacional (...) e uma ocasião anual para reunir e debater as oportunidades e as soluções mundiais".

Desde a designação em 21 de junho do novo príncipe herdeiro, a Arábia Saudita tomou algumas medidas para tentar romper com o arcaísmo na sua sociedade, como a ordem emitida pelo rei Salman bin Abdulaziz, que permite às mulheres dirigir, algo que até agora era rigorosamente proibido.