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Trump autoriza entrada de refugiados nos EUA, com exceção de 11 países

24/10/2017 21h07

Washington, 24 out (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta terça-feira a autorizar a entrada de refugiados no país, uma medida paralisada há 120 dias, embora tenha ordenado uma série de ações para reforçar a seleção de quem pede refúgio.

O decreto emitido por Trump dificulta, no entanto, a entrada no país dos refugiados procedentes de 11 países não identificados, que só poderão chegar aos EUA em casos excepcionais durante 90 dias, enquanto o governo americano desenvolve uma revisão sobre essas nações.

"O secretário de Estado pode retomar a viagem aos Estados Unidos dos refugiados qualificados e cujo histórico tenha sido adequadamente revisado, e o secretário de Segurança Nacional pode voltar a dar andamento às solicitações para o reassentamento de refugiados", afirmou Trump no texto do decreto.

Essa medida substitui a que Trump emitiu em março e que entrou em vigor em junho, quando foi proibida durante 120 dias a entrada aos Estados Unidos de refugiados de todo o mundo, um prazo que terminou hoje sem que o presidente tenha decidido estendê-lo.

A paralisação temporária tinha como objetivo declarado dar tempo aos Departamentos de Estado, Segurança Nacional e ao Escritório do Diretor de Inteligência Nacional para que revisassem o processo de entrada de refugiados nos EUA e identificassem formas de reforçar as medidas de segurança cabíveis.

Concluída a revisão, Trump decidiu que retomar a entrada de refugiados "é coerente com a segurança e o conforto dos Estados Unidos", mas instruiu sua equipe a reforçar o processo de revisão das solicitações.

Para isso, os Estados Unidos "aumentarão a coleta de dados para investigar mais a fundo os solicitantes" e reforçarão a formação de seus agentes para "detectar fraudes e decepções", incluindo uma revisão do histórico dos refugiados nas redes sociais, segundo o Departamento de Segurança Nacional.

Em um comunicado, o Departamento de Estado explicou que será iniciada uma "revisão adicional em profundidade sobre os refugiados de 11 nacionalidades identificadas previamente como que podiam apresentar um maior risco para os Estados Unidos".

O governo americano não identificará essas 11 nações por considerar que isso pode dificultar as operações de "aplicação da lei", afirmou a jornalistas uma funcionária que pediu anonimato.

Durante o período de 90 dias que a revisão durará, alguns refugiados desses 11 países poderão ser admitidos se, após a revisão de seus casos, for considerado que aceitá-los se encaixa com "o interesse nacional" dos EUA ou que "não representam um risco para a segurança" do país, acrescentou a fonte.