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Kremlin afirma que investigação contra Manafort é "assunto interno" dos EUA

31/10/2017 09h44

Moscou, 31 out (EFE).- O Kremlin considerou nesta terça-feira que a investigação aberta nos Estados Unidos contra o ex-chefe da campanha eleitoral do presidente Donald Trump e seu ex-sócio Rick Gates é "um assunto interno" das autoridades desse país.

"Certamente estamos acompanhando este processo que é, digamos, um assunto interno de nossos parceiros americanos ", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

"Pelo que lemos nos meios de comunicação e em declarações de participantes deste processo, por enquanto a Rússia não aparece de nenhuma maneira nessas acusações que se têm feito", afirmou.

O porta-voz presidencial russo comentou assim as acusações apresentadas contra Manafort e Gates, no marco da investigação do procurador especial Robert Muller sobre vínculos com a Rússia e a suposta ingerência deste país na campanha eleitoral que levou Trump ao poder.

Tanto Manafort como Gates estão sendo acusados de "conspiração contra os Estados Unidos", "lavagem de dinheiro" e "declarações falsas", como parte da investigação da suposta ingerência russa.

Em tal acusação não há nenhuma menção a uma suposta conspiração entre a equipe de Trump e a Rússia, mas as acusações estão relacionadas com os amplos laços financeiros que ambos tiveram com líderes pró-Rússia na Ucrânia.

Manafort teve que deixar seu cargo em agosto de 2016 justamente após descobrir-se que tinha recebido US$ 12,7 milhões por assessorar o ex-presidente ucraniano pró-Rússia, Viktor Yanukovich.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também disse hoje que não há provas da suposta ingerência russa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

"Sem uma só prova, como sabem, nos acusam de ingerência nas eleições, não sós dos Estados Unidos, mas também de Estados europeus", lamentou Lavrov em entrevista coletiva.