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Trump aproveita acusação de assédio contra jornalista para atacar "NBC"

29/11/2017 14h52

Washington, 29 nov (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou nesta quarta-feira o último escândalo sexual que sacudiu a indústria da mídia do país para atacar mais uma vez contra os veículos de imprensa, aos quais habitualmente atribui a divulgação de "fake news" (notícias falsas).

"Uau! Matt Lauer acaba de ser demitido da 'NBC' por 'conduta sexual inadequada no trabalho'. Mas, quando serão demitidos os executivos de 'NBC' e 'Comcast' por divulgarem tantas Notícias Falsas?", escreveu Trump em sua conta pessoal do Twitter.

O veterano Lauer, que apresentava há mais de 20 anos o programa matinal "Today", era um dos rostos mais conhecidos da emissora americana, que nos últimos tempos tinha se tornado alvo da ira do líder por suas críticas ao atual governo.

Trump, que durante a campanha presidencial do ano passado chegou a ser acusado de assédio sexual por diversas mulheres, pediu que o presidente da emissora, Andy Lack, seja investigado e que Phil Griffin, um dos diretores do canal, também seja demitido.

O presidente foi ainda mais longe, ao mencionar a suspeita sobre o apresentador de outro dos principais programas da "NBC", Joe Scarborough, após o cadáver de uma mulher de 28 anos ter sido encontrado em seu gabinete em 2011, quando então era congressista.

"E eles demitirão o 'baixa audiência' Joe Scarborough por causa do 'mistério sem solução' que aconteceu na Flórida há anos? Investiguem!", exigiu Trump ao se referir ao apresentador.

O tom e o momento destas mensagens, que foram publicadas poucos minutos depois de a colega de bancada de Lauer, Savannah Guthrie, abrir o programa de hoje com o anúncio da demissão de seu "querido companheiro e amigo", contrastam com a atitude do presidente em relação ao seu companheiro de partido Roy Moore.

Moore, candidato republicano ao Senado pelo estado do Alabama nas eleições do próximo dia 12 de dezembro, foi acusado nas últimas semanas por várias mulheres que afirmam que o político abusou sexualmente delas na década de 1970, quando algumas tinham entre 14 e 18 anos.

Até o momento, Trump evitou se pronunciar sobre se apoiará Moore durante a reta final da campanha, mas na semana passada deu a ele um voto de confiança ao declarar que o candidato "nega totalmente" as acusações.