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Presidente peruano diz ter certeza que superará segundo pedido de destituição

19/03/2018 20h51

Lima, 19 mar (EFE).- O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou nesta segunda-feira que tem certeza que na quinta-feira superará o segundo pedido de destituição apresentado contra ele pela oposição no Congresso por seus vínculos com a Odebrecht.

"Sei que na quinta-feira tudo sairá bem e depois, como sempre, daremos a outra face, porque o que nós somos é gente cristã que perdoa, queremos reconciliação", declarou o governante durante uma visita à cidade amazônica de Iquitos.

Perante o apoio que recebeu de moradores da capital do distrito de Punchana, Kuczynski acrescentou que ele tem "força" e não se deixa abalar "por injustiças, abuso e mentiras".

"Nós sempre vamos lutar pelas pessoas, para que todos tenham colégio, casa, água, luz e trabalho", ressaltou antes de reiterar que não deixará sua função porque foi eleito pelo povo.

"Por isso eu não abandono, eu não me rendo, porque a missão não terminou. O que Deus nos pediu que fizéssemos, e o que o povo nos elegeu para fazer, faremos junto com vocês", completou.

Kuczynski se salvou de um pedido de destituição em dezembro do ano passado, apresentado também por conta de seus vínculos com a construtora brasileira, com os votos de abstenção de um grupo de legisladores dissidentes do fujimorismo, liderados por Kenji Fujimori, o filho mais novo do ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpria uma sentença de 25 anos de prisão.

O apoio de Kenji Fujimori ao presidente foi entendido dias depois como uma aliança política, quando Kuczynski outorgou um indulto humanitário ao ex-governante, o que suscitou uma onda de rejeição de diferentes setores políticos e sociais do país.

A destituição de Kuczynski precisa ser aprovada com 87 votos, de um total de 130 no Congresso unicameral, e, nesse caso, de acordo com a Constituição, o primeiro vice-presidente Martín Vizcarra deveria assumir o cargo.