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Trump ordena que 200 mil liberianos deixem os EUA em um ano

Albert Gonzalez Farran/Reuters
Imagem: Albert Gonzalez Farran/Reuters

Washington

27/03/2018 18h23

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrubou nesta terça-feira (27) a Proteção Diferida de Saída Forçada (DED, na sigla em inglês) de 200 mil cidadãos da Libéria e lhes deu um ano para deixar o país ou regularizar sua situação migratória.

A DED teve início em 1991, quando o ex-presidente democrata Bill Clinton outorgou aos liberianos um Status de Proteção Temporário (TPS) devido à guerra civil que assolava a Libéria (1989-1997). O status foi concedido novamente em 1999, quando o conflito retornou ao leste da África.

Por sua vez, em outubro de 2007, o ex-presidente George W. Bush transformou o TPS em DED, proteção que vinha sendo prorrogada até agora. A última vez que a DED foi renovada foi em 2016, por Barack Obama. A proteção venceria no dia 31 de março de 2018.

"A partir de consultas com os departamentos e agências executivas apropriadas e meus assessores, fui informado que as condições na Libéria melhoraram. A Libéria já não está experimentando um conflito armado e alcançou avanços significativos no restabelecimento da estabilidade e da governança democrática", afirmou Trump em um memorando presidencial.

Assim, o atual presidente norte-americano decidiu cancelar a permissão. Em seu pronunciamento, Trump acrescentou que os liberianos têm agora 12 meses para deixar os EUA, um período que considerou "apropriado" também ao governo da Libéria para reabsorver os cidadãos que retornam ao país de origem.

A medida era esperada e vinha sendo criticada nas últimas semanas por várias organizações defensoras dos direitos civis.

Além disso, mais de 50 congressistas enviaram na segunda-feira (26) uma carta a Trump, tentando persuadi-lo a mudar de ideia.

"Escrevemos para pedir encarecidamente que estenda por pelo menos três anos a DED para os liberianos que residem legalmente nos Estados Unidos. Pedimos que atue imediatamente para evitar a ansiedade e a incerteza nas nossas comunidades liberiano-americanas", solicitaram os congressistas.

Em janeiro, o governo Trump retirou o Status de Proteção Temporária de quase 200 mil salvadorenhos e, em meses anteriores, fez o mesmo com 60 mil haitianos e 5.000 nicaraguenses.