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Trump evita falar de insulto à África em reunião com presidente da Nigéria

30/04/2018 20h08

Washington, 30 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta segunda-feira na Casa Branca, pela primeira vez em seu mandato, um líder da África Subsaariana, o mandatário da Nigéria, Muhammadu Buhari, com quem falou sobre comércio e terrorismo, mas não sobre o polêmico insulto que o republicano fez a alguns países africanos.

Os dois governantes realizaram uma reunião bilateral e em seguida concederam uma entrevista coletiva, na qual um jornalista perguntou se Buhari tinha falado com Trump sobre os polêmicos comentários de janeiro, quando o americano chamou El Salvador, Haiti e vários países africanos de "buracos de m...".

"Não falamos disso. E há alguns países que estão em péssimo estado, que são lugares muito duros para se viver. Mas não falamos sobre isso porque o presidente (Buhari) me conhece e sabe por que digo as coisas", respondeu o presidente americano.

Trump se pronunciou assim após Buhari ter respondido, mais diplomaticamente, que não estava "seguro da validade dessas acusações contra o presidente" americano, e que por isso era melhor "ficar calado".

Mas Trump não negou ter falado sobre esse insulto, que proferiu em janeiro durante uma reunião com congressistas na Casa Branca, em sinal de frustração porque foram os cidadãos desses países os interessados em emigrar aos Estados Unidos, segundo o jornal "Washington Post".

Buhari é o segundo líder africano e o primeiro de um país subsaariano a visitar a Casa Branca desde que Trump chegou ao poder em janeiro de 2017, depois que o presidente egípcio, Abdul Fatah al Sisi, fez o mesmo há mais de um ano.

Trump agradeceu a Buhari pela ajuda no combate ao Estado Islâmico (EI) e disse que se manteve informado sobre o "impiedoso" grupo jihadista nigeriano Boko Haram, que "sequestrou meninas e mulheres e muitas não voltaram a ser vistas".

O governante americano se referiu ao grupo de mais de 200 estudantes sequestradas em Chibok em 2014, das quais 112 ainda permanecem em cativeiro. Buhari argumentou que o governo nigeriano "não se rendeu" no resgate.

Trump também expressou "profunda preocupação com a violência religiosa na Nigéria, inclusive o incêndio de igrejas e o assassinato e perseguição de cristãos", e incentivou o seu colega a "proteger os civis inocentes de todas as fés".