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Partidos denunciam fraude em apuração de pleito no Paquistão

25/07/2018 20h26

Islamabad, 25 jul (EFE).- A Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n), partido do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, denunciou nesta quarta-feira manipulação no processo de apuração dos votos das eleições gerais de hoje, enquanto o Tehreek-e-Insaf (PTI), formação do ex-jogador de críquete Imran Khan, lidera os resultados extraoficiais.

A porta-voz do PML-n, Maryam Aurangzeb, afirmou em entrevista coletiva que representantes do seu partido estão sendo expulsos de alguns colégios eleitorais durante a apuração dos votos para mudar o resultado.

"O que estão fazendo é manipulação", disse ela.

Outras formações, entre elas o Partido Popular do Paquistão (PPP), de Bilawal Bhutto, se somaram às denúncias e ameaçaram não aceitar o resultado. A senadora Sherry Rehman, do PPP, denunciou uma situação semelhante em alguns locais onde os resultados estavam sendo anunciados.

"A Comissão Eleitoral do Paquistão (ECP) deve responder às nossas queixas antes de meia-noite ou não aceitaremos os resultados das eleições", disse ela, em entrevista coletiva.

Outros dois partidos, o Muttahida Qaumi Movement-Pakistan e o Pak Sarzameen, fizeram denúncias parecidas.

A ECP rejeitou as denúncias.

"Em alguns lugares, se os resultados não são favoráveis, os representantes (dos partidos) vão embora, não é que estejam sendo expulsos", argumentou o secretário do órgão, Babar Yaqoob, em encontro com jornalistas em Islamabad.

Enquanto isso, o partido de Imran Khan lidera os primeiros resultados não oficiais divulgados pela imprensa paquistanesa, como o jornal "Dawn" e o canal "Geo", que dão entre 105 e 102 cadeiras, respectivamente, das 272 possíveis, com 20% da apuração. Muito atrás está o PML-n com 64.

O Paquistão viveu uma campanha eleitoral tensa e repleta de denúncias de manipulação. Além disso, partidos políticos e grupos de direitos humanos denunciaram pressão para que candidatos abandonassem a formação e assédio à imprensa.

Esta eleição é a segunda na história do país, e abrirão passagem para a maior etapa democrática da sua história, após ter sido governado por ditaduras militares em metade dos 71 anos de vida.