Putin desmente confissão de suposta espiã russa detida dos EUA
Moscou, 20 dez (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desmentiu nesta quinta-feira a confissão de Maria Butina, a jovem russa detida nos Estados Unidos por espionagem, de que trabalhava para o Kremlin.
"Eu não entendo o que ela confessou, já que não cumpria com nenhuma missão do Estado ou dos órgãos estatais. Isto eu posso garantir, independentemente do que ela tenha dito sob a influência de ameaças, de uma pena de prisão de 12 a 15 anos", disse Putin durante sua grande entrevista coletiva anual.
Putin, que destacou que o destino de Butina não é "indiferente" para o Kremlin, ressaltou que não há motivos para que a cidadã russa permaneça presa nos Estados Unidos.
Além disso, o chefe de Estado russo negou que Moscou vá a recorrer no início ao "olho por olho, dente por dente", no sentido de prender cidadãos estrangeiros para trocá-los por seus cidadãos detidos em outros países.
Putin garantiu que Butina nunca trabalhou para o serviço secreto russo, onde ninguém sabe "absolutamente nada dela", de acordo com informações que os chefes desses órgãos proporcionaram ao próprio presidente.
A Rússia considera "infundadas" as acusações apresentadas pelas autoridades americanas contra Butina, e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, garantiu que oferecerá assistência a ela para conseguir "seu retorno para casa em breve".
Lavrov atribui a confissão feita por Butina em um tribunal federal de Washington às más condições nas quais ela está detida, que "foram criadas para minar sua determinação e obrigá-la, de fato, a reconhecer algo que, provavelmente, não fez".
Butina, de 30 anos, confessou sua culpabilidade em um crime de conspiração contra os Estados Unidos, o que poderia lhe render uma condenação máxima de cinco anos de prisão.
A suposta espiã, detida em julho de 2018, fez essa confissão depois que sua defesa registrou um pedido solicitando uma audiência para mudar seu depoimento inicial, no qual tinha se declarado inocente.
A acusada admitiu que agiu em coordenação com funcionários russos para tecer uma rede de influência na política americana quando se fazia passar por estudante e aceitou cooperar com as autoridades americanas. EFE
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