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Trump sanciona reforma do sistema penitenciário dos EUA

21/12/2018 20h09

Washington, 21 dez (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou nesta sexta-feira uma lei que representa a maior reforma em décadas do sistema penal do país, onde 2,2 milhões de pessoas estão atrás das grades.

"Todo mundo dizia que não era possível conseguir a reforma do sistema penal. Nós conseguimos", disse Trump a jornalistas durante cerimônia para assinatura da lei na Casa Branca.

Trump teve um papel fundamental na reforma porque conseguiu mudar a postura tradicional dos republicanos, que durante anos defenderam a necessidade de um sistema penal duro e resistiram a aprovar um projeto similar durante o governo de Barack Obama.

Durante a campanha de 2016, Trump prometeu um sistema penal baseado "na lei e na ordem", mas Jared Kushner, genro e assessor do presidente, conseguiu convencê-lo a apoiar o projeto, tocado por um grupo de senadores democratas e republicanos.

Kushner estava na cerimônia e disse ter ficado orgulhoso por poder representar aqueles que não podem lutar por si próprios.

O genro do presidente conhece bem o sistema penal. Seu pai, um empresário do ramo imobiliário, foi preso em 2005 por crime fiscal, intimidação de testemunhas e doações ilegais para políticos.

O projeto, batizado como "Lei do Primeiro Passo", foi aprovado nesta semana no Senado e na Câmara dos Representantes, com apoio bipartidário nas duas casas.

A lei, que permitirá a libertação de milhares de presos, é a maior mudança no sistema penal americano em décadas. Nos anos 1980, os EUA aprovaram leis para ampliar as penas por tráfico de drogas e viu a população carcerária passar de 500 mil para 2,2 milhões.

Entre outras coisas, a lei acaba com uma disposição que obrigava juízes a condenar a prisão perpétua aqueles que já haviam sido condenados três vezes por crimes relacionados às drogas. A partir de agora, eles passam a receber uma pena de 25 anos de reclusão.

Além disso, a lei proíbe que mulheres grávidas sejam imobilizadas com algemas. EFE