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Casa Branca acredita que fechamento da Administração se prolongará até 2019

23/12/2018 15h23

Washington, 23 dez (EFE).- O diretor de orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney, considerou neste domingo "muito possível" que o atual fechamento parcial da Administração se prolongue até janeiro de 2019, quando a oposição democrata irá retomar o controle da Câmara dos Representantes.

"É muito possível que este fechamento vá além do dia 28 e chegue até o novo Congresso", disse hoje Mulvaney em entrevista com a "Fox".

A paralisia da Administração começou à meia-noite de sexta-feira devido a um desacordo sobre os fundos para o muro com o México e, possivelmente, se prolongará pelo menos até o dia 27 de dezembro quando o Senado voltará a se reunir para debater o orçamento.

Mulvaney se mostrou pessimista e assegurou que "as coisas não vão se movimentar muito depressa durante os próximos dois dias", de modo que o novo Congresso poderá ser o responsável por aprovar um orçamento que sirva para financiar e reabrir o Governo.

Em 3 de janeiro de 2019, tomarão posse os legisladores que foram escolhidos nas eleições de novembro e serão inauguradas as duas câmaras: o Senado, que se mantém em mãos republicanas, e a Câmara de Representantes, que passa para domínio democrata.

Mulvaney, que em 1 de janeiro se transformará no novo chefe de gabinete do presidente dos EUA, Donald Trump, esteve muito envolvido nas negociações sobre o orçamento e, no sábado, se reuniu com o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

Nesse encontro, Mulvaney e o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, fizeram uma "contraoferta" a Schumer, a quem voltaram a pedir que inclua no orçamento uma verba para construir o muro com o México, uma das principais promessas eleitorais de Trump.

"Eles falavam em US$ 1,3 bilhões ontem, nós em US$ 5 bilhões há alguns dias. A contraoferta que fizemos ontem estava entre esses números", detalhou Mulvaney.

Os democratas e os republicanos chegaram nesta semana a um pacto para financiar o Governo até 8 de fevereiro e incluir uma verba de US$ 1,3 bilhão para segurança fronteiriça, embora não especificamente para o muro.

Trump, que tem a responsabilidade de assinar o orçamento, rejeitou essa proposta bipartidária e insistiu que queria US$ 5 bilhões para a barreira fronteiriça.

Obedecendo aos pedidos do líder, a Câmara de Representantes aprovou uma lei com esses fundos para o muro, mas essa proposta ficou estancada no Senado, provocando o fechamento.

Este é o terceiro fechamento que Trump enfrenta desde que chegou ao poder no começo de 2017. O primeiro aconteceu em janeiro deste ano, coincidindo com o primeiro aniversário na Casa Branca e durou três dias; enquanto o segundo foi em fevereiro e durou apenas algumas horas. EFE