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Bolsonaro confirma aos EUA que Brasil sairá do pacto migratório da ONU

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Susan Pompeo durante a posse do novo presidente do Brasil, em Brasília - Reprodução/Twitter Secretary Pompeo
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Susan Pompeo durante a posse do novo presidente do Brasil, em Brasília Imagem: Reprodução/Twitter Secretary Pompeo

02/01/2019 15h08

O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quarta-feira (2) o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e comunicou que o Brasil sairá do Pacto Global para Migração Segura, Ordenada e Regular da ONU, informaram fontes oficiais.

Pompeo esteve presente ontem na cerimônia posse de Bolsonaro e hoje foi recebido pelo presidente após uma reunião com o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Segundo fontes oficiais, Bolsonaro "comunicou" ao secretário americano sua intenção de "revogar a adesão do Brasil" ao pacto migratório, uma decisão que o presidente já tinha antecipado, mas que até hoje não tinha comentado de forma tão contundente.

O pacto foi ratificado em dezembro na Assembleia Geral da ONU por 152 países, entre eles o Brasil, ainda governado pelo ex-presidente Michel Temer.

Um dos países que não aderiu ao pacto foi exatamente os EUA, cujo governo considerou que esse tratado impõe ou pode impor normas que podem afetar sua soberania, as mesmas razões expostas por Bolsonaro para excluir o Brasil.

Segundo fontes da Presidência da República, durante o encontro com Pompeo o presidente também expressou sua "preocupação" com a situação da Venezuela, que já tinha sido abordada pelo enviado de Donald Trump com o chanceler brasileiro.

Nesse sentido, o próprio Pompeo informou previamente que tinha concordado com Araújo que a chegada de Bolsonaro ao poder permitirá que os dois países trabalhem "juntos contra regimes autoritários".

Pompeo também disse que constatou o "desejo profundo" e partilhado por Brasil e EUA de uma retomada da democracia em Cuba, na Nicarágua e na Venezuela, "onde as pessoas têm dificuldades para expressar suas opiniões".

Nesse sentido, Araújo afirmou que na reunião com Pompeo foi "identificada uma determinação, uma visão comum do mundo" e o desejo de "trabalhar por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores" dos povos de ambos os países. EFE