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China demonstra preocupação com detenção de diretor da Huawei na Polônia

11/01/2019 10h48

Pequim, 11 jan (EFE).- O Governo da China se mostrou "muito preocupado" nesta sexta-feira com a detenção de um diretor da empresa tecnológica chinesa Huawei na Polônia, acusado de espionagem.

Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores chinês disse à Agência Efe que Pequim solicitou um "tratamento justo de acordo com a lei e a proteção efetiva das partes", assim como dos legítimos "interesses".

A imprensa polonesa identificou o diretor da Huawei como Weijinga W., para quem foi ditada prisão preventiva e que deverá enfrentar uma acusação passível de uma condenação de até dez anos de prisão.

No marco da mesma operação, também foi detido um funcionário polonês dos serviços de segurança estatais, identificado como Piotr Sr., que trabalhou no passado na empresa de telefonia Orange, acusado de espionagem e que também cumpre prisão preventiva.

Os escritórios da Huawei e da Orange em Varsóvia foram revistados por membros da agência de contrainteligência e segurança nacional no marco da investigação, segundo as autoridades polonesas.

A Huawei afirmou que a empresa cumpre com todas as leis e regulações da Polônia e que exige que seus empregados façam o mesmo.

A detenção acontece depois que em 1 de dezembro a diretora-executiva de Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, por supostamente ter violado as sanções impostas por Washington contra o Irã.

Meng ganhou liberdade mediante o pagamento de fiança e espera que as autoridades americanas apresentem no Canadá o pedido formal de extradição e, caso não façam, ficará em liberdade de forma automática.

A detenção iniciou um conflito diplomático entre China, Canadá e EUA, que se agravou com as detenções em território chinês de dois cidadãos canadenses, Michael Kovrig e Michael Spavor, pela suposto envolvimento em atividades que, segundo Pequim, põem em perigo a segurança nacional do país asiático.

Vários países mostraram suas reservas com relação à expansão da Huawei e sua participação na criação das redes mundiais de 5G, suspeitas que Pequim considera infundadas.

Em setembro deste ano, o Governo australiano vetou a Huawei e a ZTE (outra grande empresa de telecomunicações chinesa) a participar da rede nacional de quinta geração australiana, justificando "razões de segurança" e a "dependência" de ambas as empresas do Executivo pequinês.

Por sua vez, em janeiro do ano passado, um grupo de legisladores republicanos americanos propuseram um plano para proibir o Governo de Washington a firmar contratos com a Huawei e a ZTE, alegando a possibilidade de espionagem pela China.

A Huawei, fundada em 1987, se transformou no maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações e é um dos maiores fabricantes de telefones celulares. EFE