Governo do México reconhece governo de Maduro na Venezuela e pede paz
Cidade do México, 24 jan (EFE).- O governo mexicano reconhece o presidente Nicolás Maduro e, com o princípio de não intervenção na política, espera levar "paz e diálogo" à Venezuela após os protestos contra o governo, indicou nesta quinta-feira o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard.
"O México vai continuar com essa postura. Em resumo, não intervenção e disposição para contribuir com a nossa parte em qualquer processo que leve paz e diálogo", afirmou o titular da Secretaria de Relações Exteriores.
Na entrevista coletiva do presidente Andrés Manuel López Obrador, o chanceler explicou que, após os protestos de ontem e a autoproclamação do chefe do Parlamento, Juan Guaidó, como presidente da Venezuela, até o momento ele não se comunicou nem com o governo venezuelano nem com a oposição.
"O México manterá abertas relações com o atual governo da Venezuela, assim como a sua sede diplomática", disse Ebrard, que apelou para o diálogo com o objetivo de que se "evite" mais violência.
Ele explicou que a situação vivida no país nesta ontem tem "muito poucos precedentes" e afirmou que não apoiará "uma ação desta natureza", possivelmente em referência a Guaidó.
"Nos preocupa a paz, os direitos humanos e a liberdade. Concordando com a Organização das Nações Unidas (ONU), precisamos, em primeiro lugar, de esforços para reduzir tensões e evitar os conflitos que levam à violência", destacou o chanceler.
López Obrador, por sua vez, lembrou que a Constituição mexicana defende a não intervenção, "a autodeterminação dos povos, a solução pacífica das controvérsias e o respeito aos direitos humanos".
"A partir desses valores, surge a atitude do novo governo do México. Neste tema e em outros, não é que estejamos a favor ou contra, estamos pelo cumprimento dos princípios constitucionais", afirmou o presidente.
O governante mexicano ressaltou que não quer "confronto" com nenhum povo nem governo do mundo.
Milhares de venezuelanos foram às ruas de todo o país ontem para protestar contra Nicolás Maduro, que venceu num pleito marcado por denúncias de fraude e com resultados não reconhecidos por vários países. Os protestos deixaram pelo menos 13 cidadãos mortos, em um dia na qual Guaidó também se declarou presidente do país diante de milhares de apoiadores em Caracas, o que provocou manifestações dos opositores. EFE
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