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Londres não quer "Brexit" sem acordo, mas mantém hipótese sobre a mesa

27/01/2019 12h12

Londres, 27 jan (EFE).- O governo do Reino Unido reiterou neste domingo que não deseja sair da União Europeia (UE) sem um acordo, mas alertou que essa "possibilidade deve permanecer" sobre a mesa para conter os esforços dos críticos do "Brexit".

O ministro da Educação do Reino Unido, Damien Hinds, fez essas declarações à emissora de televisão "Sky", dois dias antes de o Parlamento de Londres votar uma moção governamental "neutra" (sem propostas alternativas) sobre a saída da UE, à qual os deputados de todos os partidos apresentaram várias emendas.

O resultado da votação determinará quais vias no processo do "Brexit" contam com maioria parlamentar, depois da ampla rejeição no último dia 15 ao pacto estipulado pela primeira-ministra, Theresa May, com Bruxelas.

"Não prevejo que a opção do não acordo se transforme na política governamental. Queremos evitar (um 'Brexit') sem acordo. Não seria um bom resultado", afirmou Hinds.

"Mas é importante que (essa opção) continue sendo uma possibilidade, porque, por outro lado, há pessoas que estão tentado frustrar o 'Brexit' completamente", acrescentou o ministro.

Embora as citadas emendas não sejam legalmente vinculativas, podem fazer mais pressão sobre o governo de May para tomar uma determinada direção nas próximas semanas, à medida que se aproxima o dia 29 de março, data oficial da saída do país do bloco comunitário.

Entre outras cláusulas, deputados de todos os partidos puseram sobre a mesa propostas para estender o prazo para deixar a UE, bloquear a possibilidade de uma saída sem acordo e convocar um segundo referendo.

May também precisa do apoio dos conservadores eurocéticos e dos seus aliados norte-irlandeses do Partido Unionista Democrático (DUP) para encontrar uma proposta que seja aceita tanto por esses dois grupos quanto pela UE.

Os parlamentares críticos ao plano de saída querem que seja eliminada ou limitada com uma fórmula "legalmente vinculativa" à chamada salvaguarda, projetada para evitar uma fronteira dura entre as duas Irlandas, pois, na sua opinião, isso pode deixar o Reino Unido integrado nas estruturas comerciais europeias durante anos.

"Há muitas razões para crer que a salvaguarda nunca será necessária", lembrou hoje Hinds, em referência a este mecanismo de segurança, que seria ativado se Londres e Bruxelas não chegarem a um acordo comercial ao final do período de transição, em dezembro de 2020.

Neste sentido, parlamentares conservadores apresentaram outra emenda para terça-feira que pede que seja agregado ao acordo do "Brexit" uma limitação temporária para a salvaguarda irlandesa, até 31 de dezembro de 2021. EFE