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Reino Unido pede à UE mudanças no "Brexit" para evitar saída sem acordo

28/01/2019 13h13

Londres, 28 jan (EFE).- O governo do Reino Unido voltou a afirmar nesta segunda-feira que a União Europeia deve permitir alterações no "Brexit" para evitar que os britânicos deixem o bloco sem acordo.

"Ouvimos de maneira consistente que os líderes europeus querem que o Reino Unido saia com um acordo. É fato reconhecido que uma saída negociada do Reino Unido favorece seus interesses", disse o porta-voz do governo de Theresa May a jornalistas.

"Lembramos que o tratado foi negado pelo parlamento (britânico). Portanto, se temos que sair com um acordo, claramente teremos que fazer algumas mudanças para poder aprová-lo", completou.

A Comissão Europeia, no entanto, descartou qualquer tipo de renegociação do tratado assinado entre o bloco e May em novembro.

O deputado conservador Graham Brady sugeriu que os correligionários de May que contrariaram a liderança de seu partido e votaram contra o acordo aceitem como solução a inclusão de um anexo ao tratado, legalmente vinculativo, que modifique as condições do mecanismo de salvaguarda para o caso da Irlanda do Norte.

"Não seria necessário reabrir o tratado de saída. Poderia ser feito através de um anexo legalmente vinculativo ao acordo", disse Brady, que lidera o Partido Conservador no parlamento, à "BBC".

"O que é crucial é haver uma mudança legalmente vinculativa que deixe claro que o Reino Unido não poderá ficar preso eternamente ao mecanismo de salvaguarda", explicou.

O deputado propôs mudanças no mecanismo de salvaguarda da Irlanda do Norte, sugerindo a substituição por "regras alternativas".

O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, decidirá amanhã quais das 20 emendas apresentadas serão votadas pelo parlamento.

O porta-voz de May não quis garantir que o governo cumprirá todas as exigências das emendas que forem aprovadas. A maior parte delas não deve ser legalmente vinculativa.

Segundo o representante do governo britânico, May espera enviar ao parlamento o mais rápido possível uma nova versão do acordo para submetê-lo mais uma vez a votação. No entanto, ela espera que a Comissão Europeia conceda as modificações desejadas. EFE