Parlamento Europeu reconhece Guaidó como presidente da Venezuela
Bruxelas, 31 jan (EFE).- O Parlamento Europeu (PE) reconheceu nesta quinta-feira Juan Guaidó como presidente interino legítimo da Venezuela após constatar que Nicolás Maduro não tem intenção de convocar eleições, e reivindicou a libertação imediata dos jornalistas detidos no país.
A resolução, promovida pelos quatro partidos majoritários na Câmara europeia e aprovada com 439 votos a favor, 104 contra e 88 abstenções, afirma que o PE reconhece Juan Guaidó como presidente "de acordo com a Constituição da Venezuela" e expressa "apoio absoluto a seu projeto".
"É um prazer anunciar que o PE reconhece Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela. É a primeira instituição europeia a fazê-lo, pedimos aos Estados-membros e à Comissão Europeia que façam o mesmo o mais rápido possível para que tenhamos uma posição unificada e forte", disse no plenário o presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani.
A resolução também pede que a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e os Estados-membros da UE reconheçam Guaidó "até que seja possível convocar novas eleições presidenciais livres, transparentes e críveis para restaurar a democracia" na Venezuela.
Além disso, o texto inclui uma emenda introduzida na última hora para exigir a libertação imediata dos jornalistas detidos no país, entre eles uma equipe da Agência Efe.
Tajani lembrou em entrevista coletiva que ele mesmo é jornalista de formação e afirmou que, além de compartilhar pessoalmente esta posição, esta é "a voz de todo o Parlamento, a voz oficial, que reconhece como presidente interino o presidente da Assembleia Nacional e pede a libertação dos jornalistas presos pelo regime do senhor Maduro".
O porta-voz do partido espanhol PP na Câmara europeia, González Pons, reivindicou em declarações à Agência Efe a libertação imediata dos sete jornalistas detidos e advertiu que "a primeira ação dos tiranos é desligar as câmeras, quebrar as canetas e tapar os microfones".
O eurodeputado do partido espanhol Podemos, Miguel Urbán, também pediu a libertação dos jornalistas e reivindicou "respeito" ao trabalho dos mesmos, que considerou "um pilar fundamental da democracia", segundo ele disse à Efe.
"Estamos vendo, infelizmente, como muitos aliados europeus estão sequestrando ou detendo jornalistas e ninguém diz nada. Nós vamos dizê-lo em qualquer circunstância e com qualquer governo", afirmou Urbán.
A eurodeputada Beatriz Becerra, do partido espanhol União, Progresso e Democracia, que também é vice-presidente da comissão de Direitos Humanos do PE, afirmou à Efe que se trata da "típica reação de um regime encurralado", pois "agora não apenas detém e tortura a crianças, mas, certamente, persegue jornalistas, que são os que estão mostrando para o mundo as informações adequadas do que está acontecendo". EFE
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