Parlamento poderá votar por adiamento do Brexit se não houver acordo, diz May
Londres, 26 fev (EFE).- A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta terça-feira que os deputados poderão decidir sobre um possível adiamento do Brexit se o acordo negociado entre Londres e Bruxelas for rejeitado pelo parlamento em votação no dia 12 de março.
Em uma declaração na Câmara dos Comuns, May afirmou que se não houver consenso sobre o acordo, os parlamentares terão uma segunda chance de votar, no dia seguinte - 13 de março -, sobre se querem a concretização da saída da União Europeia (UE), sem pacto, em 29 de março.
Caso essa opção não prospere, então a Câmara poderá votar sobre o adiamento da saída do Reino Unido da UE, o que implicaria ampliar a validade do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que fixa o prazo de negociação para a saída de um Estado comunitário do bloco europeu.
May esclareceu que, em qualquer caso, se trataria de um adiamento "curto e limitado" do Brexit. "Estes são compromissos que estou fazendo como primeira-ministra e vou me ater a eles", ressaltou.
Após insistir que acredita dispor de um documento que conte com apoio suficiente para aprovação na Câmara dos Comuns, May reiterou que não é favorável a "ampliar" a validade do Artigo 50.
A chefe de governo compareceu diante dos deputados para informá-los sobre o estado de suas negociações com Bruxelas sobre o acordo do Brexit, concretamente sobre o polêmico mecanismo de 'backstop' irlandês, idealizado para evitar que a República da Irlanda e a Irlanda do Norte tenham uma fronteira física.
Como tinha antecipado May no fim de semana, os deputados poderão votar sobre o acordo em 12 de março, mas amanhã terão a possibilidade de apresentar emendas a uma moção neutra com o objetivo de conhecer a posição da Câmara sobre o processo do Brexit.
May informou que falou com cada um dos líderes da UE para explicar a posição britânica e concretizou que teve a oportunidade de se reunir com os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Ao mesmo tempo, May adiantou que o governo espera apresentar um documento sobre o impacto econômico que uma retirada da UE sem acordo teria para o Reino Unido.
O texto negociado com Bruxelas foi rejeitado de forma arrasadora pelos deputados em 15 de janeiro, sobretudo pelo descontentamento da ala mais eurocética dos conservadores sobre o 'backstop' irlandês.
Essa cláusula irlandesa estabelece que o Reino Unido permaneça na união aduaneira e que a província britânica da Irlanda do Norte também esteja alinhada com certas normas do mercado comum até que se estabeleça uma nova relação comercial entre ambas as partes.
May pede à UE garantias de que o Reino Unido não permanecerá atado às normas do mercado comum se Londres e Bruxelas não chegarem a um acordo sobre sua futura relação depois do Brexit. EFE
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