Topo

Sindicato venezuelano diz que equipe da Univision será deportada

26/02/2019 02h45

Caracas, 26 fev (EFE).- O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) disse na segunda-feira que a equipe da emissora latino-americana "Univision" que viajou para Caracas com o objetivo de entrevistar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e que ficou retida no palácio presidencial por duas horas e meia, será deportada.

"Está confirmado que a equipe da 'Univision' será deportada. Autoridades de imigração apareceram no hotel para notificar que seriam conduzidas para o aeroporto no início da manhã", disse o sindicato através do Twitter.

Além disso, denunciou que o hotel onde a equipe liderada pelo jornalista Jorge Ramos está hospedada, foi "tomado" pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

Segundo o sindicato, os jornalistas foram escoltados até o hotel pelo Sebin após saírem do palácio presidencial de Miraflores.

Lá, segundo disse Ramos, ficaram retidos por duas horas e meia após Maduro desaprovar as perguntas e vídeos mostrados ao líder venezuelano.

Além de Ramos, a equipe da "Univision" era formada por María Martínez, Claudia Rondón, Francisco Urreiztieta, Juan Carlos Guzmán e Martín Guzmán.

O presidente da divisão de notícias da "Univision", Daniel Coronell, disse no seu Twitter que a equipe está sendo vigiada pelo Sebin no hotel.

De acordo com o jornalista Enrique Acevedo, também da emissora, o vídeo que Ramos mostrou a Maduro é o de alguns jovens comendo em um caminhão de lixo e dizendo que Maduro deve ser "afastado" do poder.

"Como lixo, lixo, primeira vez na minha vida. Presidente me desculpe, mas o senhor como presidente não serve", diz um homem identificado como Jesús, no vídeo partilhado por Acevedo em sua rede social.

O material da entrevista de Ramos foi confiscado pelo governo venezuelano, disse o próprio jornalista em entrevista à emissora após sair do palácio presidencial.

Não é a primeira vez que retenções de jornalistas ocorrem na Venezuela, no mês passado, aconteceram houve várias prisões de trabalhadores da imprensa, incluindo quatro da Agência Efe.

O SNTP contabilizou apenas em janeiro, 40 agressões por parte de agentes de segurança do Estado contra trabalhadores da imprensa.

O governo de Maduro constantemente assegura que a imprensa, especialmente a estrangeira, cria "campanhas midiáticas" contra ele e o acusa de mentir sobre a situação da crise na Venezuela.

Além disso, no país vários meios de comunicação, nacionais e internacionais, foram tirados do ar por ordem do governo chavista, especialmente quando são críticos com sua administração. EFE