UE acusa Rússia de aumentar tensão internacional e conflitos
Nações Unidas, 12 mar (EFE).- A alta representante da União Europeia (UE) para Assuntos Exteriores e Políticas de Segurança, Federica Mogherini, acusou nesta terça-feira a Rússia de aumentar as tensões internacionais, sobretudo em relação ao seu papel na Crimeia, o caso Skripal no Reino Unido e os tratados nucleares.
Mogherini ressaltou no Conselho de Segurança das Nações Unidas que a anexação do território ucraniano da Crimeia se trata de uma "clara violação dos princípios fundamentais do nosso sistema internacional" e expressou sua preocupação sobre a militarização do mar de Azov, uma área fronteiriça entre Russa e Ucrânia.
"Isto é o que acontece quando as leis internacionais são violadas: aumentam as tensões e proliferam os conflitos", argumentou a representante da UE.
Por outro lado, apesar de reconhecer a Rússia como um interlocutor importante, Mogherini mostrou sua "profunda" preocupação sobre alguns dos seus comportamentos, citando especificamente o suposto envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia em Salisbury (sul da Inglaterra), assim como a posterior espionagem contra a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).
Neste sentido, a diplomata também afirmou ter dúvidas sobre a relação da Rússia com o tratado INF de não-proliferação de armas nucleares de categoria média, e enfatizou a necessidade de preservar o tratado e de Moscou voltar a cumpri-lo plenamente.
"Este é um momento da história da humanidade em que a cooperação entre nações e o respeito às regras que governam nossos sistemas internacionais são mais necessários do que nunca", insistiu Mogherini nas Nações Unidas.
O Irã foi outro dos assuntos abordados pela responsável pela diplomacia europeia, que apontou que a UE continuará trabalhando para preservar o acordo nuclear, pelo qual afirmou a importância de "retirar as sanções relacionadas com o acordo nuclear" como parte essencial do pacto.
Por outro lado, a diplomata insistiu que a UE tem "problemas sérios com o comportamento do Irã em outros assuntos, começando com os mísseis balísticos, os direitos humanos e as dinâmicas regionais".
A Coreia do Norte também ocupou parte do discurso de Mogherini, que reiterou o compromisso europeu "para uma completa, verificável e irreversível desnuclearização da península coreana". EFE
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