Nenhum mecanismo deve ser descartado para a Venezuela, diz secretário da OEA
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, afirmou nesta sexta-feira, na reunião de meio ano da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que a comunidade internacional não deve descartar nenhum mecanismo para resolver a crise da Venezuela.
"Nenhum mecanismo do direito internacional deve ser descartado, é contrário ao direito, seria imoral com o sofrimento de um povo, com as graves violações aos direitos humanos", declarou em Cartagena, na Colômbia, ao ser questionado em um painel sobre a opção militar para a Venezuela.
De acordo com Almagro, "os instrumentos do direito internacional devem estar disponíveis para esses casos". Forte crítico do governo de Nicolás Maduro, o diplomata uruguaio disse que a OEA "tem caraterísticas institucionais" para atuar nos países-membros, "mas os mecanismos pelos quais as ditaduras acabavam no século 20 não são transferíveis para o século 21", por isso nenhuma opção deve ser desconsiderada.
"Trata-se de abrir os instrumentos do direito internacional, como os que o Conselho de Segurança da ONU tem e que a OEA não tem", comentou o diplomata.
Ao se referir ao regime de Maduro, Almagro classificou o governo venezuelano como uma "ditadura usurpadora" com "custo político zero" na qual "não acontece nada" por mais graves que sejam as violações dos direitos humanos.
"É uma dinâmica de 'management' ditatorial cubano, misturada com o crime organizado", opinou o diplomata no painel "A Venezuela sem chavismo: uma nova oportunidade para o hemisfério".
Também participaram do painel o diretor executivo da Human Rights Watch (HRW) para as Américas, José Miguel Vivanco; o diretor do jornal venezuelano "El Nacional", Miguel Henrique Otero, e o diretor da Migración Colombia (órgão ligado ao Ministério das Relações Exteriores colombiano), Christian Krüger.
Segundo Almagro, com a mesma pressão diplomática e financeira que a comunidade internacional exerce sobre o governo Maduro, "qualquer ditadura teria caído na América Latina nos anos 1970 ou 1980".
"Uma ditadura com essa caraterística não desaparece sozinha, não combina com a lógica política. Esse é um dos temas sobre os quais temos que ser conscientes ao abordar a crise política venezuelana".
No painel, que antecede a abertura da reunião de meio ano da SIP, Almagro lembrou que, apesar das sanções de Estados Unidos e União Europeia (UE), o regime de Maduro segue "batendo" em seu próprio povo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.