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EUA lançam sanções contra 16 sauditas pelo assassinato de Khashoggi

09/04/2019 02h55

Washington, 9 abr (EFE).- O governo dos Estados Unidos proibiu, na segunda-feira, a entrada de 16 cidadãos sauditas supostamente envolvidos no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no ano passado, no consulado da Arábia Saudita, em Istambul (Turquia).

Todos eles já haviam recebido sanções econômicas de Washington em novembro passado, consistindo no congelamento de ativos nos EUA e a proibição aos cidadãos americanos de fazerem transferências com eles ou suas empresas.

No grupo de 16 aparece o nome de Saud al Qahtani, um dos conselheiros mais próximos do príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman.

Também o então cônsul-geral saudita em Istambul, Mohammad al-Otaibi, e os agentes que viajaram de Riad para a Turquia para o assassinato de Khashoggi.

A nova proibição de entrada nos Estados Unidos, anunciada pelo secretário de Estado Mike Pompeo, é justificada nos casos em que Washington tem "informações confiáveis de que funcionários do governo estrangeiro foram envolvidos em atos significativos de corrupção ou graves violações de direitos humanos".

Além dos 16 indivíduos, a proibição de entrada no país também afeta suas familiares diretos.

Khashoggi, que morava em Washington, foi ao Consulado da Arábia Saudita em Istambul em 2 de outubro para buscar alguns documentos que lhe permitiriam casar com sua noiva turca, mas ele acabou sendo assassinado no local.

Após seu desaparecimento, a Arábia Saudita defendeu que Khashoggi tinha saído com seus próprios pés do consulado, mas com o passar dos dias, a pressão internacional e as provas recolhidas pela Turquia, que tem uma gravação do ocorrido, o reino admitiu que o jornalista morreu em suas dependências.

Embora essa primeira versão alegasse que Khashoggi morreu em uma briga, Riad, mais tarde, reconheceu que foi um assassinato premeditado.

No consulado, Khashoggi era esperado por cerca de 15 agentes sauditas que tinham chegado a Istambul a noite anterior, entre eles quatro membros do esquema de segurança do príncipe saudita, que até o momento nega qualquer tipo de participação no crime. EFE