Trump nega ter pagado US$ 2 milhões à Coreia do Norte por tratamento de jovem
Washington, 26 abr (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta sexta-feira que seu Governo tenha pagado US$ 2 milhões à Coreia do Norte pelo tratamento do jovem Otto Warmbier, que morreu em 2017 depois de retornar em coma para casa e passar 17 meses presos no país asiático.
"Não pagamos nenhum dinheiro à Coreia do Norte por Otto Warmbier, nem dois milhões de dólares, nem nada", escreveu Trump em sua conta do Twitter.
O presidente reagiu assim a uma informação publicada na quinta-feira pelo jornal "The Washington Post", segundo a qual a Coreia do Norte exigiu em 2017 que um funcionário americano assinasse uma promissória no valor de US$ 2 milhões para que o jovem de 22 anos, que estava há mais de um ano em coma, pudesse retornar para casa.
Segundo o "Post", que citou duas pessoas que sabiam da situação, o funcionário enviado pelo Departamento de Estado para acompanhar a volta de Warmbier, Joseph Yun, assinou o acordo de pagamento da conta médica seguindo instruções do próprio Trump.
Yun consultou o então secretário de Estado, Rex Tillerson, e este, por sua vez, Trump, que aprovou o pagamento, segundo o jornal.
Depois disso, Yun retornou em uma UTI aérea a Cincinatti, cidade onde moram os pais de Warmbier, e onde o jovem morreu seis dias depois devido aos problemas causados por um dano cerebral.
A conta chegou ao Departamento do Tesouro, onde ficou sem ser paga durante 2017.
O jornal acrescentou que não está claro se o governo americano a quitou mais tarde ou se o tema foi tratado durante a preparação das duas reuniões entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
Antes do tuíte de Trump, a Casa Branca tinha rejeitado se pronunciar sobre a informação do "Post", ao informar que sua política é a de "não comentar sobre as negociações de reféns".
O Governo dos EUA mantém há décadas a posição de não pagar resgates pela libertação de americanos, embora em 2015 o então presidente, Barack Obama, tenha autorizado que as famílias dos reféns pudessem fazê-lo por conta própria.
Os pais de Warmbier acusam Pyongyang pela morte de seu filho e, em abril do ano passado, entraram com um processo contra a Coreia do Norte por "torturar e assassinar" o jovem americano.
A polêmica sobre o caso foi renovada quando Trump o mencionou após seu encontro com Kim no Vietnã, em fevereiro deste ano.
"Falei com ele (Kim) (sobre isso) e na verdade acredito que ele não seria favorecido em nada com o que aconteceu (...). Me disse que não foi informado (quando Warmbier morreu) e eu acredito nele", afirmou Trump.
Warmbier viajou como turista ao país asiático no final de 2015 com a empresa Young Pioneer Tours e, ao final da visita, foi detido e sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados, acusado de roubar um cartaz de propaganda do hotel no qual se hospedou.
A sua morte aguçou a troca de farpas de 2017 entre Washington e Pyongyang, em meio aos contínuos testes de armas do Governo norte-coreano, e levou o Departamento de Estado a proibir que seus cidadãos viajassem para o país asiático, veto que é mantido até hoje. EFE
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