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Primeiro-ministro da Ucrânia confirma renúncia após posse de Zelenski

20/05/2019 15h14

Kiev, 20 mai (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Vladimir Groisman, anunciou que renunciará ao cargo, atendendo ao pedido de Vladimir Zelenski, que tomou posse como novo presidente do país nesta segunda-feira e havia pedido a saída de todo o governo.

"Decidi apresentar a minha renúncia na quarta-feira, imediatamente depois da reunião do governo", disse governante em entrevista coletiva.

Groisman, fiel aliado do agora ex-presidente Petro Poroshenko, disse que propôs a Zelenski "uma nova ordem" para tornar a Ucrânia mais forte, mas que o novo presidente escolheu outro caminho.

"Acredito que, com o discurso de hoje, ele assumiu a responsabilidade diante das ameaças que estão na agenda", afirmou.

O primeiro-ministro defendeu a própria gestão e disse que o país vive um bom momento, apesar de a má situação econômica ter propiciado a derrota de Poroshenko nas eleições presidenciais.

"Em três anos não permitimos nenhuma crise. Não houve nenhum problema que tenha representado uma ameaça para o governo, em geral", analisou.

Mais cedo, Zelenski pediu para que os ministros ucranianos deixem seus cargos. Segundo ele, o governo liderado Groisman e Poroshenko por não cumpriu a promessa de combater a corrupção.

"Quero citar um ator americano (Ronald Reagan) que foi um grande presidente: 'O governo não soluciona os nossos problemas, é o nosso problema'", declarou.

Groisman recomendou que os integrantes do governo cedam os cargos para pessoas que não pensam nas próximas eleições, mas sim "nas próximas gerações".

Nos últimos dias renunciaram os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, além do diretor do Serviço de Segurança.

Zelenski, que venceu as eleições de 21 de abril com mais de 73% dos votos, tomou posse nesta segunda-feira como presidente da Ucrânia em cerimônia solene no parlamento, que passou por uma dissolução para realizar eleições parlamentares antecipadas.

É o parlamento que escolhe o primeiro-ministro na Ucrânia. O partido de Zelenski, Servo do Povo, ainda não tem representação no órgão. As eleições parlamentares estavam inicialmente previstas para o dia 27 de outubro. EFE