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Procuradoria Geral do Egito afirma que Mursi já chegou morto ao hospital

17/06/2019 16h50

Cairo, 17 jun (EFE).- A Procuradoria Geral do Egito informou nesta segunda-feira que o ex-presidente do país Mohammed Mursi chegou morto ao hospital ao qual foi levado após sofrer um desmaio durante um intervalo do julgamento contra ele por espionagem.

Em comunicado, o procurador-geral, Nabil Sadeq, afirmou que Mursi "chegou ao hospital já morto às 16h50 (horário local, 11h50 de Brasília) e foi comprovado que não havia ferimentos recentes à vista no corpo".

No texto, o procurador explicou que, durante o julgamento de hoje, que aconteceu na Academia da Polícia do Cairo, Mursi pediu a palavra e teve permissão para falar durante cinco minutos antes de um recesso para a deliberação do caso. Foi justamente durante a pausa que ele morreu.

"Enquanto estava dentro da cela, o acusado Mohammed Mursi desmaiou e foi levado diretamente ao hospital, onde sua morte foi comprovada", diz o comunicado.

O procurador ordenou que uma equipe de membros da Procuradoria da Segurança do Estado e da Procuradoria do Sul do Cairo examinassem o corpo do ex-presidente.

Além disso, serão analisadas as gravações das câmeras de vigilância que estão na sala do julgamento e na cela dos acusados, além dos depoimentos das pessoas que estavam com Mursi no momento da sua morte.

A saúde do ex-presidente egípcio, de 67 anos e que governou entre 2012 e 2013 antes de ser deposto em um golpe de Estado militar, tinha piorado muito durante os seis anos que tinha permanecido em detenção.

ONGs de direitos humanos tinham denunciado publicamente que Mursi só tinha recebido três visitas desde que foi detido após o golpe, que foi liderado pelo atual presidente, Abdul Fatah al Sisi, naquela época ministro da Defesa.

Mursi tinha chegado ao poder em junho de 2012, após ganhar as primeiras eleições presidenciais realizadas no Egito depois da revolução de 2011, que acabou com o mandato de 30 anos do ditador Hosni Mubarak. EFE