Irã, Venezuela e Cuba denunciam "terrorismo econômico" de EUA e aliados
Representantes da Venezuela, Irã e Cuba denunciaram nesta quinta-feira em um seminário internacional organizado em Viena o que classificaram de "terrorismo econômico" dos Estados Unidos e de seus aliados contra suas respectivas populações.
O encontro, realizado em um luxuoso hotel do centro da capital austríaca, reuniu vários especialistas como Idriss Jazairy, relator da ONU sobre o impacto negativo de sanções, e Alfred de Zayas, entre 2012 e 2018 especialista independente da ONU para a promoção de uma ordem internacional democrática e igualitária.
No evento, discursaram o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, e o vice-ministro de Relações Exteriores e negociador nuclear iraniano, Abbas Araqchi.
Todos concordaram em denunciar as medidas punitivas e unilaterais dos Estados Unidos contra estes três países como "ilegais, criminosas e arbitrárias".
O governo americano, liderado agora pelo republicano Donald Trump, aplica há décadas sanções econômicas e políticas contra o Irã e Cuba, e mais recentemente também contra o governo socialista da Venezuela.
Em declarações à Efe após a conferência, o ministro venezuelano afirmou que estas medidas "podem ser um preâmbulo de uma guerra ou uma medida de guerra não convencional. São medidas para assediar as economias".
"Não estão contempladas na Carta das Nações Unidas e nem na norma do direito internacional. São todas ilegais", afirmou.
"Mas como são aplicadas pelos EUA ou outros países poderosos na Europa, há uma espécie de submissão e aceitação da comunidade internacional", acrescentou Arreaza.
"São ilegais, são desumanas e são criminosas. Temos que repeli-las e precisam desaparecer da história das relações internacionais", exigiu o ministro.
Araqchi, por sua vez, se referiu às mais recentes sanções dos EUA contra o país no marco da crise nuclear.
"Os Estados Unidos estão usando o poder econômico para acossar outros países e impor suas próprias políticas. Estão usando a moeda, o dólar, como uma arma. Isto deve terminar", disse Arreaza.
"Estamos em meio a uma guerra econômica, ainda não é militar. Em uma guerra econômica só as pessoas normais sofrem. As tensões estão crescendo e só haverá uma diminuição das tensões a menos que haja um cessar-fogo nesta guerra econômica", garantiu Araqchi.
Em seu discurso, Jazairy declarou que deveria ser utilizada a expressão "nunca mais" não só para rejeitar a possibilidade de um "conflito total" como a Segunda Guerra Mundial, mas também contra as sanções unilaterais.
"Acredito que chegou o momento para dizer o mesmo sobre o uso de sanções unilaterais, pelo menos aquelas que perseguem objetivos políticos e uma mudança de regime", afirmou o argelino, que ocupa o cargo de relator especial da ONU desde 2015.
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