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Em tom irônico, Trump pede que Putin "não se meta" nas eleições nos EUA

28/06/2019 03h56

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu nesta sexta-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu a ele, em tom irônico, para que não interfira nas eleições americanas de 2020, nas quais ele tentará a reeleição.

No começo da reunião com Putin, que ocorreu durante a cúpula do G20, na cidade de Osaka, no Japão, uma jornalista perguntou a Trump se planejava pedir ao líder russo para que não tente influenciar no resultado do pleito presidencial, como supostamente o no pleito americanos de 2016.

"Sim, certamente", respondeu Trump, que em seguida se virou na direção de Putin, embora sem olhar em seus olhos, e disse com um sorriso: "não se meta nas eleições". Depois, apontou o dedo indicador em direção a Putin e repetiu a frase, sem perder o sorriso.

O encontro foi o primeiro entre ambos desde a polêmica cúpula de quase um ano atrás, em Helsinque, na Finlândia, na qual Trump pôs em dúvida as conclusões das próprias agências de inteligência americanas sobre a suposta ingerência russa nas eleições de 2016.

Desta vez, a suspeita sobre uma possível conspiração entre Trump e a Rússia para chegar ao poder já não pairava sobre a reunião, porque o procurador especial que investigava o caso nos EUA, Robert Mueller, terminou em março seu relatório e descartou essa possibilidade.

"É uma grande honra estar com o presidente Putin (...) Temos uma relação muito, muito boa, e vamos passar juntos um momento muito bom. Muitas coisas muito positivas virão desta relação", prometeu hoje Trump no início do encontro.

O presidente americano acrescentou que os dois planejavam falar sobre "comércio, desarmamento nuclear" e "um pouco de protecionismo" comercial.

Putin respondeu que estava de acordo com Trump e que suas respectivas equipes "trabalharam juntas" desde a cúpula de Helsinque. Além disso, agradeceu a "oportunidade" de rever Trump.

Em dezembro do ano passado, o presidente americano cancelou a reunião que teria com Putin durante a última cúpula do G20, em Buenos Aires, devido às retenções de navios ucranianos por parte da Rússia no mar Negro.

O país mantém os marinheiros ucranianos detidos, mas a Casa Branca decidiu programar assim mesmo um encontro entre Trump e Putin nesta cúpula do G20.

Perguntado hoje sobre o caso dos navios em questão, Trump disse que não havia falado a respeito com Putin recentemente.

Ambos planejavam conversar sobre a Síria, a Ucrânia e as tensões entre os Estados Unidos e o Irã, que dispararam nos dois últimos meses, além da crise na Venezuela - embora ela não tenha sido divulgada como um dos temas por assessores americanos e russos.

Também era esperada uma conversa sobre a decisão de Trump de sair, em agosto, do tratado INF, por meio do qual Washington e Moscou definiram eliminar seus mísseis de curto e médio alcance.

Em maio, Trump e Putin falaram por telefone sobre a possibilidade de negociarem um "acordo de três partes" com a China sobre os respectivos programas nucleares, segundo o presidente americano.