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Paraguai diz não ter confirmação sobre possível fuga de refugiados no Brasil

09/07/2019 16h04

Assunção, 9 jul (EFE).- O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e o chanceler Luis Alberto Castiglioni afirmaram nesta terça-feira que não possuem informação oficial sobre uma possível fuga de três paraguaios que estavam refugiados no Brasil, pendentes da revogação de seu status para serem julgados em seu país por um caso de sequestro.

O embaixador do Paraguai no Brasil, Hugo Saguier, declarou na manhã de hoje a uma emissora de rádio local que existiam suspeitas sobre uma possível fuga de Víctor Colmán, Juan Arrom e Anuncio Martí, que são requeridos pela Justiça paraguaia por seu envolvimento no sequestro de María Edith Bordón em 2001.

Bordón, esposa de um rico empresário, foi libertada após 64 dias de cativeiro e o pagamento de um resgate.

Ao ser perguntado pelos jornalistas, Abdo Benítez afirmou que não lhe causaria estranhamento que os três estivessem em paradeiro desconhecido já que "sua conduta sempre foi a de fugir da Justiça".

No entanto, o presidente paraguaio reiterou que seu governo não tinha "nenhuma confirmação" a respeito.

Nessa mesma linha se pronunciou o chanceler, em um ato na sede do ministério, ao garantir que, "até agora, não há confirmação oficial" de uma possível fuga dos três refugiados do Brasil.

"Se alguma instituição oficial nos disser que eles fugiram, certamente vamos solicitar a cooperação do Brasil e de todo o mundo, da Interpol e de todos os órgãos que fazem o trabalho de capturar gente foragida", comentou Castiglioni.

Os três obtiveram status de refugiados no Brasil em 2003 sob a alegação de que foram alvo de tortura por parte das autoridades paraguaias, um caso pelo qual Colmán e Arrom denunciaram o Paraguai na Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), que, por fim, acabou absolvendo o Estado.

Após a vitória judicial do Paraguai, o Comitê de Nacional de Refugiados do Brasil (Conare) decidiu revogar o status de refugiados de Arrom, Colmán e Martí em meados de junho, mas os três apresentaram um recurso de última hora ao Ministério da Justiça brasileiro.

Tanto o governo paraguaio como os três refugiados esperavam o pronunciamento do ministério comandado por Sergio Moro, já que o Paraguai também apresentou argumentos contrários à apelação, para conseguir a extradição dos três e levá-los à Justiça.

A investigação do sequestro de Bordón levou à condenação de várias pessoas, entre elas Alcides Oviedo, suposto líder da guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), a 18 anos de prisão. EFE