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Foragido, ex-líder das Farc perde mandato como senador na Colômbia

10.dez.2012 - Iván Márquez, um dos ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - Efe
10.dez.2012 - Iván Márquez, um dos ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Imagem: Efe

10/07/2019 18h46

O Conselho de Estado da Colômbia confirmou nesta quarta-feira que Iván Márquez, um dos ex-líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e foragido desde o ano passado, perderá seu mandato como senador por não ter tomado posse.

"Aplicar sanções aos que decidem não serem empossados sem que ofereçam razões suficientes protege a reintegração política coletiva de quem deixou as armas e evita que se frature novamente a confiança depositada no acordo de paz", disse o juiz Alberto Montaña Plata, que faz parte do Conselho de Estado da Colômbia, sobre a decisão.

O órgão já tinha determinado a perda do mandato de Márquez no último dia 14 de junho, mas o ex-líder das Farc tinha até hoje para questionar a decisão, algo que não ocorreu.

O Conselho de Estado da Colômbia ainda afirmou hoje que Márquez, que chefiou a delegação das Farc nas negociações de paz com o governo, nunca teve intenção de assumir o cargo de senador, para o qual deveria ter tomado posse em julho do ano passado.

Graças ao acordo de paz, a antiga guerrilha se tornou o partido Força Alternativa Revolucionária do Comum, ganhando dez cadeiras no Congresso, cinco delas no Senado e as demais na Câmara de Representantes.

Em meados de 2018, Márquez afirmou que viajaria para participar de uma reunião de ex-guerrilheiros em Miravalle, no sul do país, e desde então não foi mais visto publicamente, embora publique ocasionalmente comunicados sobre o processo de paz das Farc com o governo.

Márquez alega que falta garantias do governo para que ele possa viver em socidade com segurança. Um dos argumentos usados por ele é a prisão em abril do ano passado do também ex-guerrilheiro e ex-líder das Farc Jesús Santrich, alvo de um pedido de extradição pelos Estados Unidos.

Santrich é acusado pelo governo americano de planejar o envio de 10 toneladas de cocaína ao país após a assinatura do acordo de paz com a Colômbia.