Solução para Venezuela requer garantia de petróleo a Cuba, diz Mourão
Rio de Janeiro, 15 jul (EFE). O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira que um dos caminhos para resolver a crise política, econômica e social enfrentada pela Venezuela passa por encontrar algum país que continue abastecendo Cuba com petróleo.
"Cuba recebe 120 mil barris de petróleo por dia, que não usa e vende no mercado aberto. Então alguém tem que chegar, uma potência maior, não preciso dizer quem, conversar com os cubanos e dizer a eles: os senhores vão continuar recebendo petróleo, mas tirem seu grupo de lá", sugeriu Mourão em entrevista a correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.
Para o vice-presidente, essa garantia seria necessária para que os cubanos decidam deixar Caracas. Segundo ele, o governo da ilha controla os principais órgãos de inteligência e as milícias que atuam em favor do chavismo na Venezuela.
"Então alguém tem que dizer a Cuba que substituirá a Venezuela como fornecedora de petróleo para que Cuba retire sua gente", disse Mourão.
Apesar da sugestão, Mourão considera que qualquer solução para crise venezuelana é bastante complexa devido à quantidade de atores envolvidos no país.
"O assunto da Venezuela é algo complexo porque envolve vários atores. Não só o povo venezuelano e os atuais governantes, mas também atores externos como Cuba, Rússia, China e, obviamente, o concerto das nações sul-americanas e latino-americanas, que querem que a Venezuela rapidamente recupere sua ordem política e econômica, compatível com o sistema democrático liberal", explicou Mourão.
Para encontrar respostas à crise, o vice-presidente vê como necessária a construção de acordos com todos os atores envolvidos, mas mantendo a pressão política e econômica sobre o regime de Nicolás Maduro. A parte econômica caberia, segundo Mourão, principalmente aos Estados Unidos, dada a variedade das relações comerciais entre os dois países.
"Da nossa parte é mais uma pressão política que leve o presidente Nicolás Maduro entender que tem que convocar novas eleições e, a partir daí, buscar uma reconstrução do país", analisou o vice-presidente.
Mourão ainda avaliou a atuação de China e Rússia na Venezuela. O vice-presidente destacou o fato de os dois países serem membros-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, o que impede que a organização se pronuncie sobre a crise.
"A Venezuela é um país dividido, mas não verticalmente, entre ricos e pobres, mas horizontalmente, entre os que apoiam e os que rejeitam o regime de Maduro. Por isso, o país vive uma situação complicada, e compete a outros países, como o Brasil, auxiliar na busca de uma solução que permita a convocação de eleições", destacou.
"Mas, a curto prazo, não vemos uma solução para essa crise", completou Mourão. EFE
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