Áustria oferece mil euros para refugiados voltarem para a Síria após queda de Assad
O chanceler da Áustria, Karl Nehammer, anunciou, nesta sexta-feira (13), que o país oferecerá um "bônus de retorno" de 1.000 euros para incentivar refugiados sírios a voltarem à Síria após a queda do ditador Bashar al-Assad. Além disso, ele manteve a suspensão da análise de pedidos de refúgio de cidadãos sírios.
O que aconteceu
Karl Nehammer disse que o país precisa de seus cidadãos. "O país [Síria] agora precisa de seus cidadãos para ser reconstruído. Os procedimentos de asilo em andamento para cidadãos sírios na Áustria continuarão suspensos", escreveu, no X.
Os sírios são o maior grupo de solicitantes de refúgio na Áustria. De acordo com as Nações Unidas, quase 87 mil sírios receberam status de refugiado no país entre 2015 e 2024.
Nehammer é conhecido por sua posição linha-dura sobre imigração. Ele foi um dos primeiros líderes a reagir à queda de Assad, indicando a possibilidade de deportação forçada.
Magnus Brunner, comissário de Assuntos Internos e Migração da União Europeia, considera prematuro forçar o retorno dos sírios. Ele afirmou que a situação na Síria ainda é volátil e defendeu focar em retornos voluntários.
As forças rebeldes nomearam um primeiro-ministro interino na Síria. O grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham prometeu instituir um "Estado de direito", mas há incertezas devido às suas raízes jihadistas.
Mais de um milhão de pessoas se deslocaram dentro da Síria desde a queda do regime. Parte delas veio de países vizinhos como a Turquia, segundo a ONU.
Desafios logísticos
A Austrian Airlines suspendeu voos para a região devido à insegurança. Um bilhete para Beirute, ponto comum para seguir até Damasco, custa pelo menos 1.066 euros, mais do que o bônus oferecido.
Crescimento da pauta anti-imigração
Nehammer enfrenta pressão da ultradireita por políticas mais duras contra imigração. O Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), que venceu as eleições parlamentares com 29% dos votos, tem influenciado essa pauta no parlamento austríaco.
Na Alemanha, políticos conservadores também pressionam por medidas anti-imigração. Argumentam que os refugiados não precisam mais fugir do regime que deixou de existir.
*DW, reuters, AFP
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