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Pedro Sánchez não obtém apoio do Congresso para liderar governo na Espanha

15.fev.2019 - O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez durante pronunciamento - PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP
15.fev.2019 - O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez durante pronunciamento Imagem: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

Em Madri

23/07/2019 10h14

O líder socialista espanhol, Pedro Sánchez, não conseguiu obter hoje o apoio do Congresso dos Deputados para exercer um novo mandato como presidente do governo da Espanha.

Na votação realizada na Câmara, Sánchez obteve 124 votos a favor, frente a 170 negativos e 52 abstenções.

A coligação de esquerda Unido Podemos (UP) decidiu abster-se enquanto continua negociando com os socialistas do PSOE para tentar fechar um acordo de coalizão.

A votação de hoje requeria a maioria absoluta da Câmara (176 deputados), mas na quinta-feira será realizada uma segunda na qual Sánchez precisaria apenas da maioria simples, que seria possível com o apoio da UP e de outros abstencionistas.

Sánchez só conseguiu somar aos 123 deputados eleitos do PSOE o apoio do único legislador de um pequeno partido regionalista da região da Cantábria, no norte da Espanha.

Por outro lado, os votos negativos virem do bloco de direita (Partido Popular, Ciudadanos e Vox) assim como dos partidos independentistas catalães ERC e JxCat e de outras legendas menores do setor conservador.

Entre os abstencionistas ficaram, além da UP, outros partidos nacionalistas, como o Partido Nacionalista Basco.

As esperanças de Sánchez estão em conseguir, antes da quinta-feira, um final feliz nas negociações que seu partido mantém com a UP.

Além disso, vários pequenos partidos que hoje se abstiveram tinham assinalado que não bloqueariam Sánchez se o líder socialista conseguisse fechar um acordo para um governo de coalizão com a UP.

Os analistas consideram que a decisão da Unidos Podemos de não votar contra Sánchez e abster-se representa um gesto positivo para a continuação dessas negociações.

Nesse sentido, a vice-presidente do governo interino, Carmen Calvo, confirmou antes da votação que o PSOE tinha aceitado que uma futura vice-presidência do governo fosse para a "segunda em comando" do Podemos, Irene Montero.

Além disso, os socialistas convocaram para amanhã uma reunião da sua Executiva, na qual previsivelmente será discutido o andamento das negociações para referendar um hipotético acordo.

Os socialistas manterão até o "último minuto" as negociações, segundo destacou Calvo antes da votação em entrevista à imprensa.