Brasil e Paraguai anulam acordo de Itaipu que ameaça Mario Abdo de impeachment
Os governos de Brasil e Paraguai deixaram sem efeito hoje a ata bilateral sobre compra de energia da represa de Itaipu assinada por ambos países, que provocou uma crise política que ameaça a permanência no cargo do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado.
O Ministério de Relações Exteriores do Paraguai informou nesta hoje no Twitter que a anulação da ata foi assinada em Assunção pelo novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas, e pelo embaixador brasileiro no Paraguai, Carlos Simas Magalhães.
O novo documento destaca que as Altas Partes contratantes no controle da represa de Itaipu decidiram delegar às instâncias técnicas a definição do cronograma de potência a ser contratado pela estatal paraguaia Ande e pela Eletrobrás pelo período 2019-2022.
Além disso, as partes se comprometeram a encontrar uma "solução para o problema em curto prazo".
O presidente Jair Bolsonaro já havia declarado ontem que estava disposto a ajudar Abdo Benítez na crise.
O acordo, assinado em maio, mas divulgado apenas na semana passada, foi qualificado como "entreguista" pela oposição paraguaia, que deve promover hoje a abertura de um processo de impeachment contra Abdo Benítez e o vice-presidente Hugo Velázquez.
A Câmara dos Deputados paraguaia será a responsável por tramitar esse julgamento político que, se for apresentado pela oposição e depois aprovado, passaria ao Senado, que exerceria o papel de tribunal.
No entanto, ainda não está claro que a oposição tenha a maioria de dois terços para a aprovação do processo na Câmara.
Enquanto se aguarda o procedimento, ministros e legisladores governistas aguardam na esplanada do Palácio de Governo o anunciado pronunciamento de Abdo Benítez à nação.
A crise política que abala o governo explodiu na semana passada após o anúncio da assinatura do primeiro acordo, já que afetará os níveis de faturamento da estatal elétrica do Paraguai, segundo a oposição.
A oposição também denunciou seu caráter secreto, já que o acordo havia sido assinado no último dia 24 de maio.
A crise se agravou nas últimas horas após a divulgação das informações de que um suposto assessor de Velázquez teria influenciado para que as negociações desse acordo excluíssem um ponto que permitiria à estatal elétrica paraguaia vender energia a empresas brasileiras a partir da hidrelétrica de Itaipu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.