Novas pesquisas reforçam polarização eleitoral na Argentina

Buenos Aires, 2 ago (EFE).- As pesquisas mais recentes de intenção de voto para as primárias de 11 de agosto na Argentina confirmam um cenário de polarização entre o presidente Mauricio Macri, que tenta ser reeleito, e o peronista Alberto Fernández, com uma leve diferença a favor do opositor.

De acordo com uma pesquisa da empresa de consultoria Giacobbe & Associados, divulgada nesta sexta-feira, Fernández, candidato da Frente de Todos e que conta com a ex-presidente Cristina Kirchner como candidata a vice, tem intenção de voto de 40%, contra 38,5% de Macri, da coligação Juntos pela Mudança.

A pesquisa, com uma margem de erro de 2% para mais ou para menos e feita com 2.500 pessoas, ratifica a polarização dos eleitores entre Macri e Fernández, que juntos monopolizam quase oito em cada dez votos nas primárias.

Segundo o levantamento, em terceiro aparece o economista liberal José Luis Espert, da frente Despertar, com 5,4%, e o também economista de origem peronista Roberto Lavagna, candidato da frente Consenso Federal, com 3,9%. Os outros cinco candidatos que participarão das primárias dividem a escassa porção restante de eleitores.

"Temos ainda quase 4% de indecisos. Descontentes com todo mundo, estes cidadãos decidirão no último momento se vão entrar na discussão principal, se fogem para outras opções ou se esperam outubro", afirmou Jorge Giacobbe, diretor da Giacobbe & Associados.

De acordo com ele, devido à polarização, se a diferença for grande a favor de Fernández e da vice na chapa, a ex-presidente Cristina Kirchner, os resultados das primárias gerarão "medo de que o kirchnerismo volte ao poder e impacte o mercado financeiro".

"O coração da eleição é Macri contra Cristina e nada desvia a atenção do eleitorado sobre eles", explicou.

Outra pesquisa publicada hoje também dá vantagem a Fernández, com 40,2%, enquanto Macri teria 38,3%. Feita pela empresa Management & Fit (M&F), ela tem margem de erro de 2,2% para mais ou para menos e foi realizada com 2 mil pessoas de todo o país. Nela, Lavagna aparece em terceiro lugar, com 10,8%.

Para que uma chapa consiga participar das eleições gerais de 27 de outubro é preciso ter pelo menos 1,5% dos votos nas primárias, nas quais 33.841.837 eleitores têm que comparecer de forma obrigatória. Já para vencer em outubro, um candidato precisa obter 45% dos votos ou ter mais de 50% em cima do seu principal competidor. Caso contrário, os dois mais votados deverão ir para o segundo turno, previsto para 24 de novembro.

De acordo com o cronograma da Justiça Eleitoral da Argentina, entra em vigor amanhã a proibição para a divulgação de pesquisas de intenção de voto em meios de comunicação, incluindo internet, que vale até três horas depois do fechamento dos locais de votação no dia 11. EFE