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Corbyn pede eleição no Reino Unido após descartada opção de Brexit sem acordo

Daniel Leal-Olivas/AFP
Imagem: Daniel Leal-Olivas/AFP

Em Brighton (Inglaterra)

24/09/2019 14h10

O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, afirmou nesta terça-feira que espera a realização de eleições gerais no Reino Unido assim que estiver descartado um Brexit sem acordo, no dia 31 de outubro.

"Esta crise só pode ser resolvida com eleições gerais", garantiu.

Corbyn voltou a pedir que o primeiro-ministro do país, o conservador Boris Johnson, renuncie ao cargo, depois que a Suprema Corte tenha considerado ilegal a decisão de suspender o Parlamento durante cinco semanas.

Os argumentos foram apresentados por Corbyn durante o Congresso Anual do Partido Trabalhista, que está sendo realizado em Brighton, no sul da Inglaterra. O líder da legenda discursaria amanhã, mas antecipou a participação, devido à retomada das sessões parlamentares amanhã.

Diante aos partidários, Corbyn disse que Johnson "não é apto" para governar e deveria deixar o cargo, o que o transformaria no primeiro-ministro com o mandato mais curto da história, após assumir no fim de julho.

O líder do Partido Conservador, no entanto, já afirmou que não pretende se demitir, mas sim seguir com o plano de tirar o Reino Unido da União Europeia (UE), com ou sem acordo, na data prevista de 31 de outubro.

"O primeiro-ministro não tem mandato para uma saída brusca, sem acordo, algo a que se opõe a maioria dos cidadãos", afirmou o principal ícone da oposição.

Corbyn afirmou que, em eventuais eleições, o Partido Trabalhista será o único que permitirá aos britânicos ter a última palavra no Brexit, com um segundo referendo, em que poderão escolher entre um novo acordo de saída e a permanência no bloco.

O líder opositor não fez referência à possibilidade de apresentar no Parlamento, no curto prazo, uma moção de censura contra Johnson, pois, segundo ele, a prioridade é legislar para evitar a chamada "saída brusca".

Hoje, a Suprema Corte do Reino Unido decidiu que é "ilegal" a suspensão do Parlamento durante cinco semanas, um veredicto unânime contra Johnson. Em decisão histórica, a presidente do tribunal, Brenda Hale, afirmou que a suspensão das câmaras, solicitada pelo líder conservador em agosto, foi "nula" e fica "sem efeito".