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Líder de polêmica seita sul-coreana pede desculpas por casos de coronavírus

Líder religioso Lee Man-hee pediu desculpas ao povo sul-coreano - YONHAP
Líder religioso Lee Man-hee pediu desculpas ao povo sul-coreano Imagem: YONHAP

02/03/2020 14h20Atualizada em 21/03/2020 16h12

Lee Man-hee, fundador da polêmica seita Shincheonji, que se tornou o principal foco da disseminação do novo coronavírus na Coreia do Sul, pediu desculpas ao povo no último dia 2 de março e enfatizou seu compromisso de cooperar com as autoridades.

"Como representante dos seguidores de Shincheonji, sinceramente peço desculpas ao público", disse Lee, de 88 anos, após se ajoelhar diante dos jornalistas reunidos em uma entrevista coletiva convocada pelo grupo religioso de Gapyeong, a cerca de 50 quilômetros de Seul.

"Não era nossa intenção, e ainda assim muitas pessoas foram infectadas", disse ele durante a coletiva, no qual palavras de ordens de grupos que geralmente protestam contra o culto - acusado de capturar seus familiares -, podiam ser ouvidos em segundo plano.

Várias pessoas concentradas na entrada do complexo da seita, em Gapyeong, também exigiram que o grupo fosse responsabilizado por ser o foco principal da disseminação do coronavírus na Coreia do Sul - onde as infecções agora estão em praticamente 8,8 mil casos, com 102 mortes - e por alegadamente não cooperar com as autoridades.

"Faremos o nosso melhor, oferecendo todos os nossos recursos para apoiar as medidas do governo e controlar a epidemia", disse Lee, que aparentemente testou negativo para a Covid-19.

A entrevista coletiva foi marcada depois que os governos municipais de Seul e Daegu, onde se encontra a sede de Shincheonji e que autoridades consideram o principal foco de propagação do vírus no país, denunciaram o grupo por impedir o trabalho das autoridades.

Daegu e seus arredores representavam 88% de todos os casos no país e forçaram o governo sul-coreano a ativar medidas especiais na região para evitar o colapso da saúde.

Na sede em Daegu, cidade onde vivem 2,4 milhões de habitantes, foram realizadas várias celebrações religiosas em massa no início de fevereiro, com a participação de uma seguidora de 61 anos que acredita-se ter agido como um agente "super contagioso", infectando dezenas de pessoas.

A controversa seita foi acusada de não cooperar para fornecer rapidamente às autoridades uma lista de todos os seus seguidores e estagiários a serem colocados em quarentena e examinados.