Mesmo com restrições, Cisjordânia falha em conter contágio por coronavírus
Pelo segundo dia consecutivo, os territórios palestinos, com cerca de 4,5 milhões de habitantes, contaram mais de 500 infecções diárias por coronavírus, na chamada segunda onda de contágio, que vem se mostrando imparável principalmente na Cisjordânia, apesar do toque de recolher e das restrições impostas pelo governo.
O aumento exponencial do último mês fica refletido no fato de que 75% dos mais de 12 mil casos desde o início da pandemia estão ativos atualmente. Soma-se a isso um crescimento das mortes, que chegaram a 73, enquanto entre março e junho havia apenas nove nos dados oficiais.
A maioria das infecções e mortes ocorre na Cisjordânia, com 1,9 milhão de palestinos e serviços de saúde precários e sob pressão crescente devido ao agravamento da situação.
Nas últimas 24 horas, houve um grande aumento entre os palestinos em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, com 287 casos em 537 em todos os territórios palestinos.
O Ministério da Saúde anunciou ontem quase 600 novos infectados, o que elevou a média da semana para cerca de 400 testes positivos diários. A Faixa de Gaza, isolada territorialmente, anunciou ontem dois novos contágios e, desde fevereiro, contou 74, todos importados e controlados em centros médicos instalados nas áreas de fronteira. A medida visa evitar a propagação do SARS-CoV-2 entre uma população fechada de 2 milhões de habitantes.
O movimento islâmico Hamas, que controla o enclave, politicamente separado da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na Cisjordânia, ainda não impôs novas restrições.
A Cisjordânia, entretanto, está sujeita até o próximo domingo a um toque de recolher das 20h às 6h e a um fechamento parcial da atividade econômica, com exceção de pequenas lojas.
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