Seul processará igreja por segundo surto de covid-19 na Coreia do Sul
A cidade de Seul anunciou hoje que vai abrir um processo exigindo 4,6 bilhões de wons (cerca de R$ 20,5 milhões) de Jun Kwang-hoon, líder da Igreja do Amor Máximo, epicentro do segundo maior surto de covid-19 na Coreia do Sul.
Jun foi uma das figuras que liderou os protestos em massa - as próprias manifestações causaram o terceiro maior surto do país - contra o governo em Seul, no mês de agosto, mesmo com a proibição de concentrações na capital sul-coreana.
O pastor presbiteriano - que acabaria sendo infectado - decidiu prosseguir com os atos, apesar do fato de dias antes das manifestações vários membros de sua igreja já terem testado positivo para covid-19.
A cidade também acredita que Jun dificultou os trabalhos dos rastreadores, fornecendo documentações falsas sobre os membros de sua igreja.
O surto ligado à sua igreja acrescenta mais de 1,1 mil infecções e as manifestações quase 600.
"Limitando os danos apenas aos casos relatados em Seul, aqueles sofridos pelo administração municipal, agência de transporte, escritórios distritais e serviço de saúde pública são estimados em 13,1 bilhões de wons (cerca de R$ 58,5 milhões)", diz o comunicado divulgado hoje pela Câmara Municipal.
O endurecimento do distanciamento social, que só foi relaxado nesta semana, forçou o fechamento de estabelecimentos considerados de alto risco, como cibercafés, karaokês ou boates, e na região de Seul, onde vive metade do país, bares, cafés e restaurantes, só atendem clientes até às 21h (hora local).
Os advogados que representam a igreja negam a acusação e exigem que o governo central, que acusam de não proteger os cidadãos, processe a China por mentir sobre a pandemia.
Após as manifestações, os casos em Seul e no resto do país aumentaram para 441 em um único dia, no final do mês passado.
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