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Espanha diz que "não reconhece regime de Maduro", nem eleições parlamentares

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro -
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

20/11/2020 17h32

Madrid, 20 nov (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Espanha reiterou hoje que "não reconhece" nem o "regime" de Nicolás Maduro, nem as eleições parlamentares previstas para 6 de dezembro no país sul-americano, por "não garantir os princípios democráticos básicos".

A secretária de Estado espanhola para Assuntos Exteriores e América Latina, Cristina Gallach, ressaltou esta posição durante sua presença, hoje, no Comitê de Assuntos Latino-Americanos do Senado espanhol, onde ela delineou as linhas gerais de seu departamento.

Referindo-se à Venezuela, Gallach disse estar feliz que o governo da Espanha, liderado por Pedro Sánchez, mostrou "que é capaz de falar com todos" os atores envolvidos e que, "nos momentos mais difíceis, passa mensagens e atos".

"Em nenhum momento deixamos de dizer o que pensamos e, além disso, agimos", afirmou.

Em relação à decisão de substituir o embaixador em Caracas, Jesús Silva, por um encarregado de negócios, Gallach o justificou alegando que o governo espanhol "não reconhece o regime de Maduro".

Para ela, o encarregado de negócios "é uma fórmula adequada para o trabalho que ele tem que fazer, mas envia uma mensagem", em linha com a estratégia adotada por outros países europeus.

A secretária de Estado insistiu que a Espanha também não reconhece as eleições de 6 de dezembro, pois "elas não garantem os princípios democráticos básicos que deveriam ter".

Apesar disso, ela assegurou que a vontade do governo espanhol é "a promoção da democracia" e trabalhar com os dois lados para que haja "uma solução política através do diálogo entre venezuelanos que resulte na realização de eleições legislativas e presidenciais que sejam justas e democráticas".

Normalizando as relações Com Cuba e o diálogo na Nicarágua.

Gallach também falou sobre Cuba e os esforços do governo espanhol para "normalizar e reequilibrar" a relação bilateral e dar a ela um "maior conteúdo". Entretanto, admitiu que existem "diferenças persistentes e substantivas em relação aos direitos humanos e às liberdades fundamentais".

Com relação à Nicarágua, ela pediu que o caminho do diálogo seja recuperado, a fim de iniciar um processo de reforma eleitoral através da Organização dos Estados Americanos (OEA), um objetivo que, segundo a secretária de Estado, exige "a participação de todos os atores políticos envolvidos até a realização de eleições justas, livres e transparentes".

"Neste momento, temos que admitir que não estamos avançando da maneira que queríamos, mas isso não significa que não devemos pensar que não é possível", disse Gallach, para quem as violações dos direitos humanos são "um caminho inaceitável".