Biden diz que buscará 'acabar com as guerras eternas' dos EUA
Washington, 9 dez (EFE).- O democrata Joe Biden, presidente eleito dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira (9) que buscará "acabar com as guerras eternas" do país e fazer com que o uso da força sempre seja "a última ferramenta", ao opinar que o Pentágono deve se concentrar mais nos "objetivos do futuro".
Biden se pronunciou ao apresentar formalmente o nome que escolheu para chefiar o Pentágono, o general aposentado Lloyd Austin, que, se confirmado pelo Senado, se tornará o primeiro secretário de Defesa negro da história do país.
"Temos que acabar com as guerras eternas e garantir que o uso da força seja a última ferramenta à qual podemos recorrer", disse Biden durante ato na cidade de Wilmington, no estado do Delaware.
O democrata não se referiu explicitamente à guerra no Afeganistão, a mais longa da história dos Estados Unidos, nem às outras missões dos EUA em países como Somália, Síria e Iraque.
O atual presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a retirada das tropas americanas de todos esses países, com a intenção de deixar apenas 2.500 soldados no Afeganistão ao deixar o poder em janeiro, o mesmo número de soldados que permanecerão no Iraque.
Durante o evento, tanto Biden como Austin citaram a "reconstrução" das alianças tradicionais dos EUA como prioridade e mencionaram Europa, Ásia e Pacífico.
"Acho que os Estados Unidos são mais fortes quando trabalham com seus aliados. Se eu for confirmado (pelo Senado), assumirei esse importante trabalho", prometeu Austin.
Entre 2013 e 2016, o general de quatro estrelas foi chefe do Comando Central, encarregado das operações em Iraque, Afeganistão, Iêmen e Síria, na maioria dos países onde os EUA estão ou estiveram em guerra.
Entretanto, Austin enfrenta um obstáculo para entrar no gabinete de Biden: ele só está fora das forças armadas há quatro anos, e a lei dos EUA exige que pelo menos sete anos tenham se passado antes que o militar aposentado possa assumir posições no governo.
Biden pediu que o Congresso conceda uma exceção a Austin, que terá que ser votada na Câmara dos Representantes e no Senado e foi concedida pela última vez ao primeiro secretário de Defesa de Trump em 2017, James Mattis.
"Eu não pediria esta exceção se não achasse que este momento da história a exigisse", disse Biden.
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