Na OEA, EUA criticam governo Ortega na Nicarágua e pedem 'proteção' a democracias
Os Estados Unidos criticaram ontem o governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, reeleito no último domingo em uma polêmica eleição, e pediram aos países da região para "proteger as democracias".
Em discurso na 51ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reafirmou a rejeição de Washington ao pleito nicaraguense e também criticou Cuba e Venezuela.
"Nas recentes eleições na Nicarágua, o governo Ortega impediu a participação de alguns líderes dos partidos de oposição e da sociedade civil", disse Blinken, referindo-se ao fato de sete candidatos de oposição terem sido presos a partir de junho, sendo assim impedidos de disputar o pleito.
Blinken também lembrou que os EUA emitiram uma resolução nesta edição da Assembleia da OEA para condenar o governo chefiado pelo líder sandinista.
Vinte anos depois que os países da região assinaram a Carta Democrática Interamericana, "alguns não estão cumprindo estes princípios", lamentou.
Neste contexto, ele enfatizou que a própria Carta descreve "as consequências para os governos da região que não respeitam os direitos humanos e que afetam os direitos humanos do povo".
Críticas a Venezuela e a Cuba
O chefe da diplomacia dos EUA também exigiu a "libertação de todos os cidadãos americanos detidos ilegalmente na Venezuela".
Ele afirmou que "todas as pessoas têm o direito de se reunir em grupos para protestar e todos têm o direito de escolher seus líderes".
Outro alvo de Blinken no discurso foi Cuba. Ele condenou a detenção de "muitas pessoas" durante as manifestações de 11 de julho, entre elas Yolanda de la Cruz, uma mulher de 26 anos que, conforme disse, recebeu "uma pena de oito anos por ter transmitido o protesto ao vivo".
Blinken enfatizou que outros países do hemisfério viram "como os governos caíram quando milhares de cidadãos foram às ruas para exigir as necessidades básicas e exigir seus direitos".
Ele ressaltou que os líderes da oposição cubana "convocaram outro protesto, para 15 de novembro".
O secretário de Estado disse, ainda, que seu país vê com "alerta como governos devidamente eleitos afetam as liberdades fundamentais, removendo juízes, promotores ou atacando jornalistas para silenciar seus oponentes", sem ser específico.
"Vimos até mesmo nos EUA como a democracia pode ser frágil", acrescentou, referindo-se à invasão do Capitólio por apoiadores do ex-presidente Donald Trump em janeiro.
A Guatemala sedia a 51ª Assembleia Geral da OEA, que está ocorrendo de 10 a 12 de novembro de forma virtual pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia de covid-19.
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