Brasil e Rússia defendem 'aproximação de agências' para aprovar uso da Sputnik
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, defendeu, em reunião com o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, a retirada das travas que impedem o uso da vacina contra a covid-19 Sputnik V no Brasil.
"Chegamos a conclusão de que devemos aproximar posturas entre nossas agências reguladoras, para retirar as atuais demandas", disse o integrante do governo brasileiro, em entrevista coletiva concedida junto com Lavrov, em Moscou.
França destacou que há um compromisso do Brasil com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de que quando a agência aprovar a vacina desenvolvida na Rússia, ela será "automaticamente autorizada" no país.
O chanceler explicou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou o uso da Sputnik V "com algumas condições, mas lembrou que representantes do órgão regulador estiveram recentemente na Rússia para debater as questões pendentes.
No encontro com Lavrov, França celebrou os índices da campanha de vacinação contra a covid-19 do Brasil.
"Uma grande parte dos brasileiros já está vacinada contra o novo coronavírus. Além disso, uma dose de reforço já está sendo oferecida", afirmou o chanceler.
O ministro detalhou que companhias farmacêuticas, como a União Química, já firmaram contratos para produzir a Sputnik e outros componentes, como a insulina.
Ao fim da reunião, França e Lavrov assinaram um acordo de consultas políticas entre os Ministérios de Relações Exteriores dos dois países, para o período de 2022 a 2025.
O chanceler do Brasil ainda agradeceu ao russo pelo apoio à candidatura do país para ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, o que foi alcançado para os próximos dois anos.
Em 2022 e 2023, nossos países poderão trabalhar juntos pela paz no Conselho de Segurança da ONU. Brasil e Rússia compartilham valores comuns como a soberania, o respeito ao direito internacional, à ONU, e a não ingerência", disse França.
O ministro ainda destacou que o Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, África do Sul, China e Índia, também é um fórum que pode influenciar na agenda internacional.
No plano comercial, França afirmou "com satisfação", que as trocas entre os dois países recuperaram os níveis anteriores aos do início da pandemia da covid-19.
Lavrov estimou o fluxo comercial entre Rússia e Brasil em US$ 5 bilhões (R$ 28,05 bilhões) nos primeiros nove meses do ano, o que representaria um aumento de 70% na comparação com o mesmo período de 2020.
O chanceler russo ainda estacou que foi acordado hoje um aprofundamento na parceria estratégica entre Moscou e Brasília, além de uma coordenação nas políticas de ambos no cenário internacional.
Durante a primeira visita à Rússia, França ainda convidou Lavrov para estar no Brasil.
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