Rússia considera desescalada de tensão com a Ucrânia "muito necessária"
Moscou, 8 fev (EFE).- O porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou nesta terça-feira que o governo do país considera a desescalada de tensões na fronteira com a Ucrânia "muito necessária", em meio ao que considerou um aumento nas hostilidades.
A declaração foi dada em entrevista coletiva diária, feita de maneira virtual, um dia após encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, com o presidente da França, Emmanuel Macron, em que o assunto esteve em pauta.
"No que diz respeito à desescalada, esta é muito necessário, porque a tensão aumenta a cada dia que passa", disse Peskov.
O porta-voz do Kremlin lamentou que os países ocidentais "enviam soldados para a Ucrânia, enviam aviões carregados de armas, enviam equipamentos militares", e acusou o vizinho de realizar exercícios militares e fazer testes com os armamentos recebidos.
"Isso, imediatamente, provoca novas espirais de tensão", destacou Peskov.
O representante do governo da Rússia afirmou que Putin afirmou ontem para Macron que, "lamentavelmente", não recebeu resposta dos Estados Unidos da Otan sobre a essência das demandas sobre garantias de segurança.
As reivindicações da Rússia incluem, entre outras, o compromisso juridicamente vinculante de que, nem a Ucrânia, nem nenhuma outra antiga república soviética seja aceita na Otan a qualquer momento.
Moscou advertiu que adotará "medidas político-militares, caso não sejam levadas em conta as preocupações do país pela aproximação de tropas da Aliança do Atlântico Norte em suas fronteiras.
"Esse assunto segue aberto no pleno sentido da palavra e segue sendo, para nós, o mais importante", disse Peskov, sobre a recusa das demandas russas.
As propostas de Macron feitas a Putin para encerrar a tensão na Ucrânia não foram reveladas, e o porta-voz não respondeu se estas ajudam em uma desescalada e se são correspondentes às demandas russas sobre segurança.
Peskov explicou que tudo dependerá da postura do país vizinho e dos aliados da França, e negou que Putin tenha prometido a Macron, como foi publicado pela imprensa, que as tropas de Moscou deixarão Belarus, depois da realização de exercícios entre os dias 10 e 20 deste mês.
"Nunca ninguém disse que as tropas russas deixarão Belaros. Naturalmente, quando encerrarem os exercícios, voltarão aos locais de alocação permanente", afirmou o porta-voz.
Peskov disse que o presidente da Rússia agradeceu Macron pela ida à Moscou, com a intenção de continuar o diálogo e buscar possíveis vias para o fim da situação.
"No momento, contudo, não podemos constatar que estão sendo esboçadas vias reais de solução. Até o momento, não percebemos, nem vemos disposição de nossos homólogos ocidentais, de levar em consideração nossas preocupações", concluiu o porta-voz do Kremlin.
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