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ANÁLISE

A 1ª mulher negra eleita no país e a chance de ser heroína do Brasil

Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra eleita deputada no país - Udesc/Divulgação
Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra eleita deputada no país Imagem: Udesc/Divulgação

Ana Maria Alcantara

Do Núcleo de Diversidade

10/06/2022 10h00

Esta é a versão online para a edição desta sexta-feira (10/06) da newsletter Nós Negros, que relembra a história da primeira mulher negra eleita no Brasil, ainda em 1934, e traz uma seleção de outros conteúdos do UOL. Para receber este boletim diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Para receber outros 10 boletins exclusivos, assine o UOL.

Antonieta de Barros já era uma mulher adulta quando aprendeu a ler e escrever, ensinada por estudantes que viviam em sua casa, e que sua mãe, uma escrava liberta que trabalhava como lavadeira, transformou em pensão para completar a renda da família. Não à toa, para ela a educação era a ferramenta que poderia reduzir a desigualdade para mulher e negros no Brasil.

Em defesa desta bandeira, formou-se professora e fundou um curso popular para alfabetizar adultos enquanto lecionava em escolas de elite de Florianópolis (SC). Ela chegou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina em 1934. Foi responsável por criar leis que concediam bolsas de estudos em cursos superiores para alunos em situação de vulnerabilidade, além de criar o Dia do Professor, data que duas décadas mais tarde se tornou feriado escolar em todo o país.

Pela longa trajetória e colaboração para a educação e população negra no Brasil, Antonieta de Barros está prestes a ser incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Seu nome foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e, agora, deve ser avaliado pelo Senado. O livro reúne cerca de 50 nomes, entre eles, Zumbi dos Palmares, Dom Pedro I, Ana Néri e Luís Gama, além de ex-presidentes, como Getúlio Vargas e Tancredo Neves.

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FOME... O número de pessoas passando fome no Brasil quase duplicou em menos de dois anos. Segundo a pesquisa Vigisan (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil), 33,1 milhões de brasileiros se encontram nessa situação (15,5% da população) — em 2020 eram 19 milhões (9,1% da população). Os pesquisadores também destacam que as famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais atingidas.

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PLURALIDADES... Um rapper negro, filho de brasileiros e nascido no Japão. TAB conversou com Luiz Alves, 23, um dos sonhadores da Who's Real, uma das batalhas de MCs mais populares de Tóquio.

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DANDO A LETRA

Cris Guterres - NathalieBohm/TV Cultura - NathalieBohm/TV Cultura
A empreendedora Cris Guterres, colunista de Universa, é a nova apresentadora do Estação Livre, da TV Cultura
Imagem: NathalieBohm/TV Cultura

Nossa sociedade espera que mulheres fiquem caladas, que só abram a boca para concordar com seus opressores ou defendê-los, sobretudo quando estamos falando de mulheres negras, completamente desautorizadas discursivamente.
Cris Guterres, jornalista

Em Universa, Cris Guterres reflete que a sociedade espera que mulheres fiquem caladas, e que isso pode levar ao adoecimento. Por lá, Mariana de Paula, cofundadora do LabJaca, laboratório de dados e narrativas sobre favelas e periferias no Rio de Janeiro, escreveu sobre o assassinato de sua amiga, Kathlen Romeu, que completou um ano.

Em Ecoa, Eduardo Carvalho aborda a participação das mulheres na economia.

Em VivaBem, Larissa Cassiano explica as indicações e contraindicações para o uso do coletor menstrual junto com DIU.

E em Notícias, Chico Alves fala sobre indigenistas que rebatem o presidente da Funai sobre descuido de desaparecidos.

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PEGA A VISÃO

Presença Histórica - Divulgação - Divulgação
Os historiadores Ana Flávia Magalhães, Carlos da Silva, Fernanda Oliveira, Mariléa de Almeida e Patrícia Alves-Melo são autores da coluna Presença Histórica, do UOL.
Imagem: Divulgação

Nosso interesse está na promoção de um letramento histórico crítico pautado em antirracismo, antissexismo, na defesa do meio ambiente, entre outros valores democráticos".
Ana Flávia Magalhães, professora do Departamento de História da UnB

O UOL estreou a coluna Presença Histórica, que traz análises e reflexões sobre assuntos atuais do debate público partindo do contexto de experiências antirracistas e da população negra ao longo da história do Brasil. A coluna será compartilhada por cinco representantes da Rede de Historiadoras e Historiadores Negros, coletivo de mais de 300 profissionais em todo o país: Ana Flávia Magalhães, Carlos da Silva Jr., Fernanda Oliveira, Mariléa de Almeida e Patrícia Alves-Melo. De diferentes regiões do país, eles escreverão semanalmente.

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SELO PLURAL

Conversa - Arte UOL - Arte UOL
Conversa de Portão
Imagem: Arte UOL

No primeiro episódio da nova temporada de Conversa de Portão, Jéssica Moreira e Mayara Penina conversam com a psicóloga Lorna Alves para entender por que todos estamos nos sentindo mais ansiosos nos últimos tempos. Elas falam sobre a diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade e como e onde podemos buscar ajuda.